Conselho Mundial de Energia debate cenários energéticos para América Latina

Por Alana Gandra.*

Os cenários energéticos da América Latina até 2035 começaram a ser debatidos hoje (12) no Seminário regional: cenários energéticos na América Latina, promovido pelo Comitê Brasileiro do Conselho Mundial de Energia (CME), além do próprio CME. O evento ocorre na Universidade Petrobras.

Presidente do Comitê Brasileiro do CME, Norberto de Franco Medeiros informou que os cenários em discussão abrangem, entre outros temas, preços do petróleo no mercado internacional, energias alternativas, água versus energia e implicações da 21ª Conferência do Clima (COP 21) no setor de energia.

A COP 21 foi realizada em dezembro do ano passado, em Paris, e resultou na assinatura de um acordo global firmado por 195 países para reduzir as emissões de gases poluentes na atmosfera.

Energias renováveis

Medeiros disse que o setor enfrenta atualmente não um problema, mas um “trilema”. “Ao mesmo tempo, o mundo tem de suprir a demanda crescente, tem de ligar dois bilhões de pessoas que não têm energia sob a forma comercial e, além disso, tem de proteger o meio ambiente. Esse é o grande dilema do setor”, afirmou.

De acordo com o presidente, entre os principais pontos do setor de energia para 2016 estão as energias renováveis, incluindo hidráulicas, que representam hoje 30% de toda a capacidade instalada do mundo e 23% da produção de energia. Segundo ele, isso ocorreu porque, nos últimos dez anos, cresceu muito a energia solar e eólica.

Para Norberto Medeiros, “a energia renovável é um grande negócio”. Ele acrescentou que, no ano passado, os investimentos nessa área bateram recorde. Foram aplicados US$ 286 bilhões em 154 gigawatts (GW) de novas usinas de fontes renováveis, sendo 76% de fonte eólica e solar. Conforme o presidente, a tendência de curto prazo é aplicar nessas duas fontes.

Energia nuclear

Norberto Medeiros disse acreditar que o mundo vai continuar usando energias fósseis. “É muito difícil substituir completamente a produção de carvão dos países ricos. Vamos fazer usinas de carvão menos poluidoras, tentar captar o carbono, fazer o diabo para melhorar isso. Na China e nos Estados Unidos, que têm muita energia elétrica por meio do carvão, é muito difícil (substituir). Outra coisa é o petróleo. Com todos os carros do mundo, vamos continuar procurando coisas para modificar, mas não é simples”.

Segundo o presidente do comitê, a energia nuclear também ganhará ênfase nos próximos anos. “Vamos chegar a um ponto em que vamos usar mais nuclear.”

Durante o seminário latino-americano, que se estenderá até amanhã (13), o Brasil lançará seu programa Jovens Líderes de Energia, à semelhança do que tem o CME, que já reúne 50 países.

Medeiros destacou que, de três em três anos, o CME organiza um grande congresso mundial que, em 2016, ocorrerá em Istambul, na Turquia. Paralelamente, ocorrerá um encontro dos jovens líderes. “É o pessoal se preparando para o futuro na área de energia”, concluiu o presidente do comitê brasileiro.

Foto: Arquivo/Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

*Repórter da Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

 

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