247 – O Conselho de Segurança da ONU vai tratar com prioridade nesta segunda-feira (21) a questão do Oriente Médio, destacadamente o tema da ocupação ilegal de Israel na Palestina.
A sessão tratará de vários pontos da resolução 2334 do Conselho, que se refere a assentamentos israelenses ilegais em territórios palestinos ocupados desde 1967, de acordo com a agenda divulgada, informa a Prensa Latina.
No início deste mês, o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou grande preocupação sobre as realidades sombrias no território palestino ocupado e a diminuição das perspectivas de resolução do conflito.
Este é um tema que ocupa as Nações Unidas desde a sua criação e que agora se agrava em meio à pandemia Covid-19, destacou Guterres em evento virtual por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.
A suspensão dos planos de anexação por parte de Israel para partes da Cisjordânia removeu, por enquanto, uma ameaça crítica à paz e estabilidade regional, dizia a manchete.
Mas no terreno, acrescentou o diplomata português, a expansão dos assentamentos israelitas continua.
Demolições e apreensões de estruturas de propriedade de palestinos por autoridades de Tel Aviv em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, atingiram a maior taxa documentada em quatro anos, alertou Guterres.
Essas ações são contrárias ao direito internacional e minam as perspectivas de estabelecer um Estado palestino viável e contíguo, denunciou.
Também observou que os atos de violência persistem, a constante ameaça de uma escalada na Faixa de Gaza, as restrições de movimento e acesso, incitamento e violações dos direitos humanos.
O chefe da ONU também se referiu a uma violenta escalada na região e ao sofrimento causado à população civil palestina pelos fechamentos rígidos promovidos por Tel Aviv.
Guterres exortou as partes a iniciarem negociações significativas, com o apoio da comunidade internacional, com vista a uma solução de dois Estados.
“Somente uma solução de dois Estados que atenda às aspirações nacionais legítimas de palestinos e israelenses pode levar a uma paz sustentável.”
A criação e o reconhecimento do Estado Palestino é um dos mais antigos pendentes nas Nações Unidas, embora um Estado de Israel já exista há 70 anos.
Desde 2012, a Palestina foi reconhecida como um estado observador não membro da ONU graças a uma resolução da Assembleia Geral, adotada por 138 votos a favor, 41 abstenções e nove votos contra.
A maior parte da comunidade internacional concorda que é Tel Aviv que deve encerrar a colonização do território palestino para avançar em direção à paz, e que apenas uma solução de dois Estados pode trazer estabilidade à região.