Já está disponível no Social Comics a primeira edição de “As Empoderadas”, marcando a estreia do selo exclusivo Pagu Comics, que consiste na coleção de histórias em quadrinhos nacionais feitas por mulheres.
A iniciativa tem como objetivo fomentar a produção delas no mercado. O nome do selo é uma homenagem à escritora, poeta, desenhista, tradutora, diretora de teatro, jornalista, crítica de arte e militante política Patrícia Rehder Galvão, cujo apelido era justamente Pagu.
“As Empoderadas” é apenas o primeiro projeto dessa nova linha de publicações, que todos os meses trará novidades aos assinantes do Social Comics com histórias inéditas e exclusivas.
Na história, um estranho fenômeno solar une três diferentes mulheres – Li, Daniela e Fabi – que desenvolveram superpoderes na cidade de São Paulo. Mas logo descobrem que outras pessoas como elas passam a ser perseguidas, e agora precisam descobrir o que realmente está acontecendo.
Nós conversamos um pouco com a criadora de “As Empoderadas”, Germana Viana, que falou um pouco sobre a série, a criação das personagens, seu envolvimento no Pagu Comics e o que esperar das próximas aventuras.
Confira o bate-papo abaixo, e leia agora mesmo “As Empoderadas #1”!
Social Comics: Como surgiu o convite para fazer parte do selo Pagu Comics e a ideia para As Empoderadas?
Germana Viana: Foi num domingo! Eu estava terminando de finalizar as páginas do segundo número de um outro título meu, “Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço” (por sinal, as histórias do primeiro número estão no Social Comics) e sabe como é vida de quadrinista… eu estava com a cara enfiada no computador. Então, a Ana Recalde, nossa editora e idealizadora do projeto, entrou em contato comigo pelo Skype.
Nós duas já queríamos trabalhar em algo juntas desde o FIQ de 2015, então não pensei duas vezes em aceitar o convite dela e da Editora Cândido. Me apaixonei pelo projeto e no mesmo dia já comecei a pensar na história.
Nos fale um pouco do processo de criação dessas personagens. Como surgiram Li, Daniela e Fabi, a definição de seus poderes, os personagens coadjuvantes e quanto tempo da concepção da trama até a finalização?
Bom, como faço com todas os personagens que escrevo, estejam eles inseridas em histórias de humor, ficção científica, aventura ou o que seja, sempre pesquiso. Acho importante fazer isso, especialmente no caso de características que fujam do meu conhecimento. Parece algo óbvio, né? Mas não é! Precisamos sempre tomar muito cuidado para não fazermos autorretratos em nossos personagens.
Ou seja, mesmo em algo que possa ser bobinho ou divertido, preciso ter a responsabilidade de perceber que certas questões são universais, mas muitas outras podem ser bem mais específicas. Por exemplo, a Daniela é negra e mãe, e eu sou uma mulher branca sem filhos. Para escrever alguém tão diferente de mim, sem roubar o espaço de fala das manas que se encaixam nessas características e ainda assim inserir representatividade nas minhas histórias, preciso fazer uma pesquisa boa, observar pessoas ao meu redor, escutar muito e ser muito responsável com o que sai da boca dos meus personagens.
Agora, como surgiram? Foi numa viagem para Jundiaí para falar sobre quadrinhos a convite do SESC e do Lady’s Comics. Enquanto meu marido ia jogando “Plants vs Zombies” do meu lado, eu ia pensando nas personagens e nas histórias que podiam surgir a partir delas. Como sou fã de super-heróis, a parte dos poderes foi fácil.
Uma curiosidade: as integrantes do Lady’s Comics e a Aline Lemos (que também faz parte do Selo Pagu Comics) ficaram sabendo antes mesmo da Ana Recalde como seria a história!
E sobre o tempo que levou… acho que foram uns três meses. Eu sou meio alucinada (dizem as más línguas que é culpa do café) e como sou meio “one woman show”, faço o roteiro, arte, arte-final, letras e cor. Por isso, preciso ter disciplina e seguir um cronograma bem certinho para que consiga produzir tudo a tempo.
O que você espera da recepção do projeto por parte dos leitores?
Espero que adorem e espalhem para os amiguinhos! Mas, falando sério, espero que as pessoas se divirtam lendo tanto quanto eu me diverti fazendo.
Qual foi a sua reação ao saber que “As Empoderadas” marcaria a estreia do selo?
Minha gente! Não tinha parado para pensar nisso!!! Que loucura! É mesmo!!!
Nesta primeira edição, Li, Daniela e Fabi passaram por grandes mudanças, e a segunda edição está programada para setembro. Sem entregar muito, alguma dica do que as esperam nos próximos números?
Hmm… deixe-me pensar numa maneira de contar algo sem dar spoilers… acho que a palavra da vez é consequência. Elas estarão mais seguras e sabendo usar seus poderes, mas enfrentarão situações ligadas a esse primeiro número!
Fora isso, os leitores poderão conhecer um pouco mais da vidinha delas. E todo mundo adora saber como é a vidinha civil de um super-herói, né?
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Fonte: Blog Social Comics.
