Depois de dois anos de pesquisas, finalmente no começo deste mês (dia 3) foi adotado o Plano de ação nacional pelo elefante (PANE 2019-2028).
O documento responde às múltiplas recomendações das estruturas de implementação da Convenção sobre o comércio internacional das espécies de fauna e flora silvestres ameaçadas de extinção (Cite), a Iniciativa para a proteção dos elefantes, a ONG Stop Ivory, o Fundo Mundial para a Natureza e outras associações vinculadas.
A nova estratégia estabelece como campos de intervenção prioritários a caça ilegal de elefantes e o comércio ilícito de seus produtos, a luta contra a caça furtiva, a preservação de seu habitat através da estruturação de áreas protegidas e a redução dos conflitos homem-elefante.
Registros do Ministério de Justiça apontam que 32% das infrações ambientais em 2016 se cometeram com o uso de armas de guerra, o que mostra uma tendência à sofisticação dos métodos empregados por redes criminosas organizadas. Para a ministra de Economia Florestal Rosalie Matondo esta folha de rota é a tradução para escala nacional do Plano de Ação do Elefante Africano.
Tais ações, acrescentou, tentam soluções técnicas e financeiras pelas partes (governo, setor privado, sociedade civil, incluídos colaboradores no desenvolvimento).
Entre os lugares que se beneficiarão se conta o trinacional da Sangha (TNS), um complexo trans-fronteiriço situado no noroeste da bacia do Congo.
O TNS inclui três parques nacionais contíguos que cobrem uma superfície total de 754.286 hectares, a saber, o Parque Nacional de Lobéké em Camarões, o Parque Nacional de Nouabalé-Ndoki no Congo e o Parque Nacional de Dzanga-Ndoki na República Centro-africana.
Dieudonné Ekoutouba Bobomela, coordenador nacional do Espaço Tridom Interzone Congo (classificado como patrimônio mundial da Unesco) destacou o envolvimento de outros atores como a alfândega, a polícia e a justiça.
Em sua opinião, a pobreza está em parte na origem da caça furtiva e do desmatamento, por isso sugeriu que além do PANE 2019-2028, sejam implementados projetos de desenvolvimento a favor das comunidades locais.