Opera Mundi.- O ex-comandante uruguaio Jorge Néstor Troccoli foi indiciado na última quinta-feira (05/05) em Roma sob a acusação de homicídio agravado com premeditação (quando o crime é planejado) de mais três pessoas entre os anos de 1976 e 1977, entre elas, Raffaella Giuliana Filippazzi, Augustin Potenza e Elena Quinteros.
As mortes ocorreram no âmbito da chamada Operação Condor, uma aliança entre as ditaduras militares da América do Sul para perseguir e matar opositores aos regimes da época. A primeira audiência formal da justiça ocorrerá no dia 14 de julho na III Corte de Assis.
A presidência do Conselho de Ministros, o Uruguai e os familiares das vítimas foram admitidos como partes civis do processo.
Troccoli é o único dos ex-militares do continente sul-americano acusados pela Itália que mora no país europeu, por ter cidadania de ambos os países.
O uruguaio está preso em Carinola, na província de Caserta, desde julho do ano passado para cumprir uma pena de prisão perpétua por conta de crimes na ditadura ao lado de outros 14 condenados em última instância. O grupo foi considerado culpado pela morte ou desaparecimento de 25 pessoas.
Crimes
Filippazzi e Potenza eram casados e foram sequestrados em Montevidéu em 27 de maio de 1977 enquanto estavam em um hotel local.
Depois de presos, foram entregues à unidade S2 Fusna, os fuzileiros da Marinha liderados por Troccoli. Segundo documentos obtidos, ambos eram alvo do então ditador paraguaio Alfredo Stroessner. Os corpos dos dois foram encontrados em Assunção em março de 2013.
Já documentos históricos mostram que Quinteros foi sequestrada em 24 de junho de 1976 e foi levada para um centro de detenção ilegal na capital uruguaia. Ela conseguiu fugir e pediu refúgio na embaixada do Uruguai, mas quatro dias depois, foi torturada e assassinada dentro da representação diplomática pela equipe de Troccoli.
A Itália, no dia seguinte a uma decisão da Corte de Cassação que ratificou a pena contra o ex-comandante uruguaio e os outros 13 ex-militares, fez um pedido formal de extradição para o Chile contra três dos acusados ainda vivos: Rafael Francisco Ahumada Valderrama, Manuel Vásquez Chahuán e Orlando Moreno Basquez, todos chefes militares do regime de Augusto Pinochet.
(*) Com Ansa