Comunidade Mbya Guarani Pindó Poty, de Porto Alegre/RS, denuncia invasões

Foto: Via Comissão Guarani Yvyrupa – CGY.

Por Portal Desacato e CIMI.

A comunidade Mbya Guarani Pindó Poty fica localizada no Bairro Lami, em Porto Alegre/RS. Na semana passada, como parte da jornada de luta, ações culturais e religiosas foram organizadas, seguindo as mobilizações que acontecem em todo país, como símbolo de resistência indígena. Nos dias 21 e 22 de abril, ocorreu uma ação cultural em defesa do território, que está sofrendo invasões.

Foto: Arquivo Comunidade. Jornada de luta acontece na defesa do território indígena em Porto Alegre.

A aldeia Mbyá Guarani denunciou este grave ataque a seus direitos na semana passada, e lideranças de outras aldeias, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como coordenadores da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), demonstraram apoio. Uma assembleia também foi realizada para articular as próximas etapas da mobilização da comunidade que está sofrendo com a violação de seus direitos fundamentais.

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O Conselho Indigenista Missionário denunciou no dia 15 de abril, por meio de uma informação repassada pelo cacique Roberto Ramires, de que invasores estariam loteando a terra onde eles estão vivendo, uma terra que teve o procedimento de demarcação iniciado, pela Funai, ainda no ano de 2012. Algumas fotografias foram feitas no local e também foi repassada a informação para o Ministério Público Federal acerca da continuidade do esbulho na área indígena.

O CIMI averiguou que ocorreu um aumento da área desmatada e que já haviam, mesmo depois de denúncias formalizadas à Funai e ao MPF, intensificado o número de construções dos barracos. A invasão naquela área está ocorrendo de forma sistemática e agora, a luz do dia e diante dos olhos de todos, o local continua sendo desmatado e os invasores fincando as estacas e cercas. Estão demarcando toda a área em lotes clandestinos e provavelmente.

A comunidade apresentou várias denúncias das invasões ao MPF. O procurador informou que acionou a Funai e que o representante do órgão indigenista alegou não poder fazer nada porque a terra não foi demarcada. Ou seja, o servidor da Funai lavou as mãos e, com esse gesto, mantém os Guarani submetidos a uma violência cotidiana.

A Comissão Guarani Yvyrupa, organização Guarani, representante do povo Guarani do sul e sudeste do Brasil tornou pública a manifestação sobre mais um, dos inúmeros, ataques aos direitos fundamentais do povo Guarani e divulgou uma nota em que menciona que desde 1500, os povos indígenas estão sendo vítimas de pelos não indígenas, em suas maneiras de organização, modo de ser, viver e dos próprios territórios e que tudo isso, infelizmente, tem se intensificado nos períodos atuais.

O Cacique Mbya Guarani, Roberto Ramires, informou que na tarde de segunda-feira, dia 26 de abril, uma comitiva do Ministério Público Federal de Porto Alegre esteve na área indígena para fazer uma averiguação acerca das denúncias de invasão na terra indígena.

Foto: Arquivo Comunidade.

Segundo o relato do cacique, ele conduziu os integrantes do MPF até o local da invasão e que, ao chegarem, se depararam com os invasores limpando os terrenos que já haviam sido cercados. O cacique informou que os integrantes do MPF pediram para que ele não permanecesse no local invadido pelos não indígenas durante a abordagem. E, em função disso, ele não soube relatar o que se passou entre os invasores e a comitiva do MPF. Roberto Ramires disse que a comunidade está preocupada com o fato dos invasores terem retornado a área mesmo depois de toda a mobilização que realizaram durante a semana passada. Mas, apesar disso, ele confia que diante deste fato, medidas serão adotadas, já que houve a comprovação, pelo MPF, do esbulho e da presença dos invasores dentro da área indígena. A comunidade, juntamente com a Comissão Guarani Yvyrupa, articulará, nos próximos dias, novos atos políticos, culturais e religiosos pela garantia a terra.

Leia Mais:

Relato do flagrante de invasão e esbulho da área Mbya Guarani Pindó Poty

 

Nota da Comissão Guarani Yvyrupa de denúncia sobre a invasão da Terra Indígena lami – Tekoá Pindo Poty

 

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