Comunidades Kaingang no norte do RS iniciam mobilização regional contra o Marco Temporal. Votação está prevista para amanhã, 25

Foto: Ivan Cimi/Cimi Sul.

Por Claudia Weinman e Ivan Cesar Cima.

Diversas comunidades Kaingang do norte do Rio Grande do Sul, em sintonia com a Mobilização Nacional pela vida dos povos indígenas, deram início, nesta manhã de terça-feira, dia 24 de agosto, a mobilização regional que ocorre no KM-04 da BR-386, em Iraí. Segundo o Cacique Luís Salvador, da Terra Indígena Rio dos Índios, de Vicente Dutra, o objetivo é fortalecer a luta contra a tese do marco temporal em todo o território brasileiro. “Buscamos sensibilizar os ministros para que não tirem a territorialidade dos povos indígenas do Brasil. Esses projetos como o marco temporal, o PL 490, são um genocídio. O projeto de Bolsonaro é tirar a vida social do povo brasileiro”, explicou.

Na luta pela vida e contra os projetos da morte, os povos indígenas concentram forças neste momento em diversos territórios do país. Em Brasília, um grande acampamento foi retomado no domingo, dia 22 e já reúne aproximadamente seis mil indígenas, de mais de 170 povos.

Repercussão Geral

Via: Terra de Direitos.

A agenda de luta dos povos indígenas é extensa e deve permanecer em Brasília até outubro. Até o dia 28 de agosto pelo menos, a mobilização é contra a tese do marco temporal, que faz parte de uma agenda anti-indígena que está em curso. O julgamento considerado “do século”, está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) na data do dia 25 de agosto e pode definir pela ampliação ou não do genocídio indígena. Nesse caso, a Corte vai analisar a ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à TI Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem os povos Guarani e Kaingang. Em 2019, o STF deu status de “repercussão geral” ao processo, o que significa que a decisão servirá de diretriz para a gestão federal e todas as instâncias da Justiça no que diz respeito aos procedimentos demarcatórios.

Conforme divulgado pela assessoria de comunicação do acampamento Luta pela Vida, “mais de 160 mil pessoas assinaram uma carta aberta ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestando sua posição contra a tese do chamado “marco temporal” e pedindo que a Corte proteja os direitos constitucionais dos povos indígenas, sob grave ameaça neste momento no Brasil”.

Leia na íntegra o documento

Confira as fotos da mobilização no Sul do país: 

(Fotos – Ivan Cima – Cimi/Sul)

Assista outros conteúdos: Economias indígenas – entrevista com o cacique kaingang Luís Salvador.

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