Por Júlio Carignano.
O coronavírus tem avançado nas populações indígenas rapidamente e já chegou até as comunidades Avá-Guarani do Oeste do Paraná, região que hoje é o epicentro de casos da Covid-19 no Estado. Dois casos da doença foram confirmados na quarta-feira (17) na Aldeia Ocoy, em São Miguel do Iguaçu. Os diagnosticados são uma criança de um ano e um jovem de pouco mais de 20 anos. Além deles, oito indígenas da mesma comunidade aguardam resultados de exames.
A situação preocupa a aldeia e indigenistas que atuam na região, já que Ocoy é uma área bastante populosa. O jovem com Covid-19 é funcionário da Lar, frigorífico que não suspendeu atividades durante a pandemia. Dos oito indígenas que aguardam resultado de exames, seis trabalham na empresa. “É uma situação que preocupa muito, uma vez que 45 indígenas de Ocoy são funcionários do frigorífico. Isso aumenta a possibilidade da propagação do vírus na comunidade”, comenta Osmarina de Oliveira, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), regional Sul.
Em razão dos casos de coronavírus , os Avá-Guarani fecharam a entrada da aldeia como medida de prevenção. O Cimi Sul está acompanhando a situação dos casos em São Miguel do Iguaçu e entrou em contato com autoridades da região para que tomem as providências em relação a possibilidade de contágio entre a população indígena.
Alta letalidade
O avanço da letalidade do coronavírus nos povos indígenas do Brasil já é maior que os casos de mortes da população inteira de seis países da América do Sul. Segundo dados consolidados pelo Comitê Nacional pela Vida e Memória dos Povos Indígenas da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), 99 indígenas já haviam morrido por Covid-19 no Brasil até o fim de maio. Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, do mesmo período, 59 pessoas faleceram por Covid-19 somando os casos registrados no Uruguai (19), Paraguai (11), Guiana (10), Suriname (1), Guiana Francesa (1) e Venezuela (10).
Fonte: Porem.net.