Companhia de Teatro Heliópolis chega a Araraquara, Jacareí e Itatiba com circulação do premiado CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

Cárcere ou Porque… DaviG, AntônioV e DalmaR -Foto: TIGGAZ

O espetáculo CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, premiada montagem da Companhia de Teatro Heliópolis, com encenação de Miguel Rocha e texto de Dione Carlos, segue em circulação por cidades paulistas, com ingressos gratuitos e intérprete de Libras.

No dia 14 de junho, sexta, às 20h, a sessão ocorre em Araraquara, no Teatro Municipal de Araraquara, na programação da 36ª SLAMC – Semana Luís Antônio Martinez Corrêa. No dia 16 de junho, domingo, às 20h, a companhia chega a Jacareí, no Teatro Municipal Ariano Suassuna, com apresentação na 18ª Mostra de Artes Cênicas. E no dia 19 de junho, quarta, às 19h, a cidade de Itatiba recebe o espetáculo, no Teatro Ralino Zambotto.

Nas mesmas datas e cidades, os integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis ministram Oficinas de Teatro (gratuitas) para os interessados (maiores de 16 anos), das 14h às 16h. Mais detalhes, ver no serviço.

Em 2022, CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos ganhou o Prêmio APCA (Dramaturgia; indicado também em Direção), Prêmio SHELL de Teatro (Dramaturgia e Música; indicado ainda em Direção), VI Prêmio Leda Maria Martins (Ancestralidade) e foi relacionado entre os Melhores Espetáculos do Ano pela Folha de S.Paulo.

A montagem aborda a forte presença feminina no contexto do cárcere. O enredo parte da história das irmãs Maria dos Prazeres e Maria das Dores, cujas vidas são marcadas pelo encarceramento dos homens da família: primeiro, o pai; depois, o companheiro de uma; agora, o filho da outra. Dentro do presídio, o jovem Gabriel – que sonha em ser desenhista – aprende estratégias de sobrevivência para lidar com as disputas internas de poder e a falta de perspectivas inerente ao sistema carcerário. Naquele microcosmo a violência dita as regras e não poupa os considerados fracos ou rebeldes. Fora dali, em suas comunidades, as mulheres – mães, filhas, afilhadas – buscam alternativas para tentar romper os ciclos de opressão que as aprisionam em existências sem futuro.

O espetáculo mostra que os saberes ancestrais resistiram à barbárie e atravessaram os séculos nos corpos, nas vozes e nas crenças das/dos africanas/nos que, escravizados/as, fizeram a travessia do Atlântico. Iansã, Rainha Oyá, a deusa guerreira dos ventos, das tempestades e do fogo não abandonou o seu povo. Ela permanece iluminando caminhos e inspirando fabulações para que seus filhos e filhas experimentem, por fim, a liberdade.

A história das irmãs é um disparador no enredo de CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos para expor o quanto é difícil se desvincular da complexa estrutura do encarceramento. Enquanto a mãe enfrenta o sistema jurídico na tentativa de libertar o filho preso injustamente, lutando pela subsistência da família e do filho, sua irmã é refém do ex-companheiro a quem deve garantir suporte no presídio, sem direito a uma nova vida conjugal. Presas a um histórico circular, elas lutam para quebrar o ciclo em um percurso espinhoso.

Característica das encenações da Companhia de Teatro Heliópolis, o espetáculo explora as ações físicas para construir um discurso poético e expressionista das relações de poder e da situação de cárcere. A música ao vivo (violino, viola, cello e percussão) potencializa esse discurso nas cenas coreografadas, que denunciam e evidenciam o cotidiano em questão. O futebol, a comida, as humilhações e a disciplina são passagens que elucidam a ambiguidade da proposta do sistema para a reabilitação daquele que infringiu as regras da sociedade. O encenador Miguel Rocha explica que “a música e a coreografia têm a força de expor a concretude, a precariedade e a desestrutura do espaço onde o enredo se desenvolve”. Quanto ao título do espetáculo, a dramaturga Dione Carlos explica que “faz referência à ancestralidade, às mulheres que transmutam as energias de violência e morte e reinventam realidades”. 

As apresentações e oficinas integram o projeto CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos –  Circulação, contemplado pela Lei Paulo Gustavo SP – Edital Nº 20/2023 – Difusão, que prevê circulação por 18 cidades do estado de São Paulo. As demais são: Araraquara, Campinas, Cerquilho, Itatiba, Jacareí, Limeira, Mauá, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São José dos Campos, Sorocaba, Tatuí, Taubaté, Vinhedo e Votorantim. 

FICHA TÉCNICA – Encenação: Miguel Rocha. Assistência de direção: Davi Guimarães. Texto: Dione Carlos. Elenco: Antônio Valdevino, Dalma Régia, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto, VitorPires e Walmir Bess. Direção musical: Renato Navarro. Assistência de direção musical: César Martini. Musicistas: Alisson Amador (percussão), Amanda Abá (violoncelo), Denise Oliveira/Renato Pereira (violino) e Jennifer Cardoso/Victoria Liz (viola). Cenografia: Eliseu Weide. Iluminação: Miguel Rocha e Toninho Rodrigues. Figurino: Samara Costa. Assistência de figurino: Clara Njambela. Costureira: Yaisa Bispo. Operação de som: Lucas Bressanin/Eduardo Gorck. Operação de luz: Nicholas Matheus. Cenotecnia: Wanderley Silva. Provocação vocal, arranjos e composição da música do ‘manifesto das mulheres’: Bel Borges. Provocação vocal, orientação em atuação-musicalidade e arranjos – percussão ‘chamado de Iansã’: Luciano Mendes de Jesus. Estudo da prática corporal e direção de movimento: Érika Moura. Provocação cênica: Bernadeth Alves, Carminda Mendes André e Maria Fernanda Vomero. Comentadores: Bruno Paes Manso e Salloma Salomão. Mesas de debates: Juliana Borges, Preta Ferreira, Roberto da Silva e Salloma Salomão, com mediação de Maria Fernanda Vomero. Orientação de dança afro: Janete Santiago. Direção de produção: Dalma Régia. Produção executiva: Leidi Araújo. Fotos: Rick Barneschi, Tiggaz e Weslei Barba. Idealização e produção: Companhia de Teatro Heliópolis. Estreia oficial: 12/03/2022.

Serviço

Espetáculo: CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

Com: Companhia de Teatro Heliópolis

Duração: 120 min. Classificação: 12 anos. Gênero: Experimental.

Sessões com intérprete de Libras.

Facebook – @companhiadeteatro.heliopolis e Instagram – @ciadeteatroheliopolis

Araraquara

Dia 14 de junho de 2024 – Sexta, às 20h

36ª SLAMC – Semana Luís Antônio Martinez Corrêa

Local: Teatro Municipal de Araraquara

Avenida Bento de Abreu, S/N – Centro. Araraquara/SP.

Ingresso: Gratuito – Retirar 1h antes na bilheteria do teatro.

Tel.: (16) 3336-5183. 400 lugares.

Oficina de Teatro – das 14h às 16h

Local: Auditório do Senac.

Inscrição: Esgotada. Faixa etária: 16 anos.

Jacareí

Dia 16 de junho de 2024 – Domingo, às 20h

18ª Mostra de Artes Cênicas

Local: Teatro Municipal Ariano Suassuna

Av. Engenheiro Davi Monteiro Lino, 3595 – Parque dos Sinos. Jacareí/SP.

Ingresso: Gratuito – Retirar 1h antes na bilheteria do teatro.

Tel.: (12) 3955-9500. 700 lugares.

Oficina de Teatro – das 14h às 16h

Local: Hall do Teatro

Inscrição: Gratuita – Informações: [email protected] e (11) 2060-0318 (WhatsApp).

Faixa etária: 16 anos.

Itatiba

Dia 19 de junho de 2024 – Quarta, às 19h

Local: Teatro Ralino Zambotto

Rua Romeu Augusto Rela, 1100 – Bairro do Engenho. Itatiba/SP.

Ingresso: Gratuito – Distribuição antecipada: Biblioteca Chico Leme (Rua Campos Salles, 380) e Museu Padre Lima (Praça da Bandeira, 122).

Tel.: (11) 4524-9600. 464 lugares.

Oficina de Teatro – das 14h às 16h

Local: Ponto MIS – Biblioteca Chico Leme

Inscrição: Gratuita – Presencialmente, na Secretaria de Cultura e Turismo de Itatiba (Av. Antônio Ferraz Costa, S/N). Informações: [email protected] e (11) 4538-0917.

Faixa etária: 16 anos.

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