A “bomba” lançada pelo The Intercept Brasil neste domingo 9 abala não só a Operação Lava Jato e seus defensores. O governo de Jair Bolsonaro também fica suscetível à suspeita de parcialidade política dos procuradores e do ex-juiz Sergio Moro levantada a partir de conversas reveladas entre o agora ministro da Justiça e o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
As revelações acontecem em um momento em que Bolsonaro tenta deixar para trás os problemas dentro do governo para avançar com as reformas econômicas que os mercados consideram indispensáveis para dinamizar o País, ameaçado pela recessão.
A consultora financeira MCM considerou nesta segunda-feira 10 que os vazamentos “repercutirão na esfera política”.
O caso representa “mais um desgaste para o ministro Moro e sua agenda anticorrupção” e “fortalece o discurso do PT de que Lula foi condenado injustamente”, acrescentou.
A Infinity Assets – outra consultoria -, demonstrou menos alarde e afirmou que os juristas consultados “foram enfáticos em dizer que se trata de conversa em Off, portanto, em âmbito privado e nada fora do corriqueiro, sendo natural em processos da dimensão da Lava Jato”.
“Obviamente, até na ausência de algo mais concreto, a oposição deve tentar se aproveitar, porém o espaço é restrito”.