Por Ingrid Fagundez, BBC Brasil.
O celular de Thiago Turetti, de 33 anos, não para de apitar. Enquanto desliza os dedos pela tela, diz que já perdeu a conta de quantos grupos de WhatsApp participa. O conteúdo das mensagens, no entanto, é um só: Jair Bolsonaro.
O deputado carioca do PSC (Partido Social Cristão) transformou-se em um dos políticos com maior influências nas redes sociais, chegando a 4,2 milhões de seguidores no Facebook – mais do que o ex-presidente Lula (2,9 milhões) e do que o atual mandatário Michel Temer (580 mil). Neste ano, a popularidade começou a traduzir-se em intenção de voto.
Mas Bolsonaro não está sozinho na empreitada digital. O parlamentar conta com um exército de voluntários que, além de compartilhar suas postagens, criaram comunidades online para divulgar seu nome pela internet.
Com o objetivo final de alçá-lo à Presidência do país, esses simpatizantes deixaram de lado as ações individuais e formaram uma rede ainda difusa, mas com representantes em vários lugares do Brasil, para reforçar a campanha. Impulsionados pela crise política, e com auxílio do próprio Bolsonaro, discutem as melhores estratégias para atrair público e orientam simpatizantes do congressista a agir para bombá-lo nas mídias sociais.
Turetti, que recebeu a BBC Brasil em sua casa, na grande São Paulo, diz que é um dos fundadores desse movimento. Apresenta-se como coordenador de importação e, nas horas vagas, administrador da página “Jair Bolsonaro Presidente 2018”, que tem mais de 400 mil curtidas no Facebook.
Ex-seguidor do filósofo comunista Karl Marx, hoje se identifica mais com bandeiras do deputado, como a castração química para estupradores.
“Marx pregava união e igualdade e fui percebendo que era utopia. Quando você conhece a natureza humana, vai ficando cruel.”
Turetti e outros administradores na internet dizem que seu trabalho ajuda a explicar a ascensão de Bolsonaro nas pesquisas. Todos dizem não receber nada pelo esforço.
“Modéstia à parte, se não fossem as redes, hoje ele seria um Enéas (Carneiro, ex-deputado morto em 2007) da vida”, compara Thiago Novais, de 34 anos, criador da página ‘Eu Era Direita e Não Sabia’, que tem 364 mil curtidas no Facebook.
Em sondagem publicada em abril pelo Datafolha, o parlamentar ficou em segundo lugar na disputa de 2018 – em cenário que inclui Lula, Marina Silva e Aécio Neves -, com 15% das intenções de votos no primeiro turno. Em 2015, eram 4%.
Jair Bolsonaro, que anunciou sua pré-candidatura no ano passado, não quis conceder entrevista à BBC Brasil.
Como começou
A estratégia online não tem data exata de criação, já que o ativismo foi se fortalecendo nos últimos anos.
A maioria dos entrevistados pela BBC Brasil diz que ouviu falar de Bolsonaro pela primeira vez entre 2013 e 2014 pela internet. Desde então, passaram de só divulgar informações sobre o deputado a falar de eleições.
O militar reformado está em seu sexto mandato na Câmara. Em 2014, foi o deputado mais votado do Estado do Rio de Janeiro, com mais de 460 mil votos. De lá para cá, suas declarações controversas sobre comunismo e a esquerda ganharam cada vez mais repercussão.
“O brasileiro é carente por líderes, né, e ele assumiu esse vácuo, como uma figura transparente, que fala o que pensa. A ideia de elegê-lo veio porque ele não tem histórico de corrupção.”
Dom Werneck, que se identifica apenas como militante, é conhecido por recepcionar Bolsonaro toda semana no aeroporto de Brasília, cidade onde mora. Werneck afirma que foi “o precursor” dessa rede, em 2013, quando conheceu as opiniões do parlamentar. No ano seguinte, o encontrou pessoalmente.
“Bolsonaro é um dos poucos políticos que têm uma militância voluntária. Me aproximei dele por causa disso e falei ‘vamos fortalecer a militância para o senhor vir aí em 2018’. Aí começamos a trabalhar”, diz.
“Eu fazia uma lista (de apoiadores) e pedia a ele que mandasse um recado para cada um. As pessoas gostavam e desenvolviam grupos em suas cidades.”
Werneck fundou o que chama de “movimento bolsonarianista”, que tem mais de 80 grupos de WhatsApp com integrantes do Brasil todo.
Facebook e WhatsApp
No esquema digital, os chamarizes são as páginas no Facebook. A maioria cita o deputado no título e tem centenas de milhares de seguidores, como “Bolsonaro Opressor 2.0”, com 735 mil curtidas e “Bolsonaro Presidente”, com 493 mil curtidas.
As publicações, cujo alcance é de milhões de usuários, são um misto de fotos do parlamentar e críticas a representantes dos três Poderes.
O objetivo principal é “mostrar quem Bolsonaro é de verdade”, diz o administrador Thiago Novais, da “Eu Era Direita e Não Sabia”.
Outra meta é suavizar seu discurso. Embora elogiem a atuação do deputado, alguns reconhecem que o estilo radical pode prejudicá-lo na corrida presidencial.
“É claro, ele deve ter um probleminha, porque é militar, é truculento. Mas a gente tenta moldar na nossa página um Bolsonaro maduro na questão política, falando sobre como vai mudar a educação, por exemplo”, diz Thiago Turetti.
Para chegar a esse fim, são vários os vídeos do pré-candidato visitando colégios militares. Uma de suas bandeiras é a militarização das escolas públicas.
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Espalhar o nome de Bolsonaro
Apresentar as propostas do deputado não é suficiente. Para os entrevistados, é preciso que elas sejam levadas a milhões de brasileiros.
É aí que entram os grupos do WhatsApp, nos quais os apoiadores avisam e são avisados sobre aparições de Bolsonaro na imprensa, polêmicas envolvendo seu nome e enquetes presidenciais. O convite para entrar acontece pelo Facebook.
A intenção é que essas pessoas acessem links sobre o “mito”, como é conhecido nessas comunidades, façam campanha em seus perfis e comentem em posts, para espalhar o nome de seu candidato.
Os comentários do tipo “Bolsonaro 2018” são incentivados em todas mídias, inclusive em matérias sobre outros temas.
“Galera, sempre usar #bolsonaro2018 nas publicações”, diz um participante do grupo Bolsonarianos-SP.
“Sempre faço isso. Excelente para subir o nome dele”, responde outro.
“Está tendo um ao vivo no Facebook e a pessoal está lá, como se fosse soldado. É como um exército do Bolsonaro mesmo. As pessoas estão passando esse costume de umas para as outras e cada vez menos precisamos lembrar”, diz Novais.
Os administradores afirmam que discussões com pessoas de opiniões contrárias às do parlamentar, como feministas e petistas, não são estimuladas nos movimentos.
Mas não é raro ver bate-bocas virtuais envolvendo o nome de Jair Bolsonaro. Além disso, conteúdos críticos a esses grupos são publicados com frequência no Facebook.
Em meados de maio, por exemplo, a página Eu Era Direita e Não Sabia postou uma montagem com as fotos de Dilma e Lula. Na legenda lê-se “roubamos o Brasil todo e ainda tem babacas que nos apoiam”.
‘Blindagem’
No caso de reportagens que tratem de Bolsonaro, como esta, os links são compartilhadas nos grupos. E a ordem é acessá-los massivamente.
“A Veja fez uma matéria sobre ele, aí a gente manda para o pessoal ler, para o texto ficar em primeiro lugar”, diz Dom Werneck, criador do “movimento bolsonarianista”.
Se o artigo for crítico, a reação inclui mensagens para o jornalista e até ligações para a redação, numa estratégia de “blindagem” da imagem do pré-candidato. O mesmo vale para políticos.
“Maria do Rosário escreve algo no Twitter com o que a gente não concorda ou Jean Willys, ou um blogueiro, e aí montamos um grupo e começamos a postar comentários, mandar mensagens. A gente mostra que não é bem assim.”
Apesar do tom de desaprovação que dizem ser usado por colunistas e repórteres ao falar de Bolsonaro, seus apoiadores enfatizam a importância da imprensa para a popularidade do parlamentar.
“Os jornalistas pensam diferente da massa brasileira. Eles publicam essas posições achando que o pessoal vai ficar indignado, mas o pessoal cria admiração. A grande massa pensa que ‘bandido bom é bandido morto’ e é isso que Jair prega”, diz Thiago Turetti.
“Cada bobagem que ele diz é propaganda de forma instantânea. Quando as pessoas vão procurar de quem estão falando mal, descobrem que o cara não tem histórico de corrupção”, continua.
Turetti faz parte de um grupo do WhatsApp que reúne apenas administradores de redes sociais. Lá, a conversa é focada em ampliar o alcance das páginas no Facebook. Até meados de maio, 70 pessoas integravam essa equipe.
“O Facebook é a cereja do bolo, mas por trás funcionam os grupos, que são fundamentais. É aí que o pessoal fala: ‘bora’ postar esse vídeo, compartilhem nas suas redes”, diz Novais.
Entre as táticas usadas estão intercalar assuntos mais sérios, como vídeos do congressista, com piadas sobre nomes de esquerda ou feministas. E sempre usar o material compartilhado na página oficial de Bolsonaro.
Além disso, dizem os militantes, para aumentar a audiência é preciso polemizar.
Uma das polêmicas deste ano foi o vazamento de fotos da filha da deputada Maria do Rosário (PT-RS), que tem 16 anos. Nas imagens, a jovem aparece seminua e muito magra. Maria do Rosário, rival política do deputado, procurou a Polícia Federal para que o episódio fosse investigado.
“As fotos foram um presente para nós”, diz Dom Werneck. “A menina tira foto nua, dando maconha para o cachorro…porra. A gente espera um pouco mais de um representante público.”
Com base nos registros, foram feitas montagens comparando a adolescente com os filhos do militar. Os posts diziam que ela era anoréxica e usuária de drogas, enquanto os últimos seriam exemplos de retidão.
“Um é o pai que defende o movimento conservador, Deus e a tradição, e a outra é a Maria do Rosário, que defende menor de idade e a desconstrução da família. Então olha a diferença da filha dela e da família do Jair.”
Relação com Bolsonaro
No entanto, o que foi descrito acima não acontece longe dos olhos de Jair Bolsonaro. O parlamentar é integrante de vários grupos de WhatsApp.
Em vídeo postado na página de Turetti no início de maio, Bolsonaro aparece segurando um smartphone que não para de receber notificações. “Daqui a pouquinho vou responder a todo mundo, tá ok? Só vou tomar um café”, diz.
Os contatos também acontecem por outros meios. A maioria das pessoas consultadas para esta reportagem já se encontrou com Bolsonaro pessoalmente, em Brasília ou em alguma de suas viagens pelo Brasil. Todos dizem que ele é muito receptivo aos simpatizantes e chega a enviar sugestões para postagens.
Às vezes, é o próprio político que vai atrás dos militantes, especialmente se eles são populares na internet.
Quando a professora baiana Dayane Pimentel, de 31 anos, gravou um vídeo para expressar sua admiração pelo ex-militar, não pensava que dentro de poucos meses iria visitá-lo para falar de sua própria candidatura.
Depois que a gravação viralizou, Dayane conta que ligou para o gabinete do deputado. Queria saber sobre um evento do qual ele participaria. Do outro lado da linha, o assessor pareceu surpreso: “Espera que Bolsonaro quer falar com você, estávamos tentando te achar”.
“Ele viu o vídeo, compartilhou e veio me agradecer, (por) uma professora, nordestina e mulher estar apoiando-o”, diz Dayane, cuja página no Facebook tem mais de 67 mil curtidas.
Hoje ela se apresenta como coordenadora do movimento na Bahia e quer se candidatar a deputada federal no ano que vem. Ela falou à BBC Brasil de Brasília, onde reunia-se com o parlamentar para conversar sobre suas pretensões eleitorais.
Sua agenda é a mesma do ídolo político: escola sem partido, educação militarizada e fim do que chama de ideologia de gênero. “Sou uma cópia 100% do que Bolsonaro é.”
Motivo para apoiá-lo
A palavra-chave para explicar o apoio a Bolsonaro, de acordo com seus admiradores, é honestidade. O fato de ele não ser citado em escândalos de corrupção se tornou um grande ativo.
Mesmo diante de fatos polêmicos, como a afirmação do congressista de que seu antigo partido PP “recebeu propina, sim” – em referência a repasses do grupo JBS -, seus apoiadores continuam defendendo sua integridade.
O deputado fez o comentário na rádio Jovem Pan na terça-feira, em resposta ao comentarista Marco Antonio Villa: “Mas olha só, mas qual é o partido que não recebe propina? Qual o partido não recebe propina?”.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o deputado recebeu R$ 200 mil da JBS durante sua campanha de 2014 e encaminhou o dinheiro como doação ao PP.
Os militantes encaram a notícia como manipulação da imprensa. Uma postagem na página Bolsonaro Opressor 2.0 dá o tom das manifestações: “Ele não disse isso! Ele falou que todo PARTIDO atualmente recebe propina, por isso mesmo ele está tentando mudar de partido. Que jornalismo escroto, rasteiro e sujo!”
A cientista política e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Helcimara de Souza Telles diz que, num momento em que os indicadores de percepção de corrupção disparam, o militar reformado transformou-se na “resposta honesta.”
“As pessoas pensam ‘ninguém melhor do que esse cara para armar uma sensação de ordem’.”
No entanto, ressalta o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Wilson Gomes, a ausência do congressista em mais denúncias não se deve necessariamente a sua conduta.
“Não apareceu em escândalos porque não tinha grandes chances eleitorais. Por que as empresas iam gastar um centavo com ele?”, diz Gomes, que pesquisa democracia e internet.
Perfil do eleitor
O histórico ideológico de quem participa da campanha online é variado. Um se considerava marxista. Outro, simpatizante do PSDB. Um terceiro nunca pensou em apoiar políticos.
Os dados divulgados pelo instituto Datafolha em abril dão mais informações sobre o eleitor de Bolsonaro.
Segundo o levantamento, ele se saiu bem entre os brasileiros abastados e com mais educação formal.
No cenário em que disputa com Lula, Marina e Aécio, Bolsonaro atinge 27% das intenções de voto entre os que têm renda familiar mensal de R$ 4,7 mil a R$ 9,4 mil e 28% entre quem ganha mais do que isso. Lula, por exemplo, tem 19% nos dois estratos.
Outra característica dos integrantes desse grupo é a faixa etária. No cenário em que o pré-candidato conquista 15% do total de eleitores, ele atinge 20% entre os que têm de 16 a 24 anos.
Dom Werneck diz que “de 70 a 80%” do público atingido nas redes sociais dos apoiadores é de jovens e adolescentes.
Na análise do professor Comunicação Digital da USP Luli Radfahrer, o ativismo que une essas pessoas pode ser explicado por uma combinação de fatores tecnológicos e políticos.
Segundo ele, antes da internet, apenas as ideias da “elite intelectual” tinham espaço nos meios de comunicação do país. No entanto, essa elite, composta por formadores de opinião, não pensava da mesma forma que camadas majoritárias da população.
Com as redes sociais, diz o professor, todas as posições têm lugar – inclusive as mais radicais.
“Os que votam no Bolsonaro não tem voz na mídia tradicional, que os ignora. Bolsonaro vai explodir dentro de um espaço em que todos podem falar.”
Somam-se a esse cenário os aspectos políticos.
Todos os entrevistados relataram desprezo a “tudo o que está aí”. Para o professor, revoltado por causa da corrupção, da crise e do que vê como perda de valores na sociedade, onde novas sexualidades e relações são permitidas, o grupo encontrou seu candidato em alguém que “quer colocar as coisas em ordem”.
“No fundo, esses caras são a voz da impotência. (Impotente) é aquele que fez tudo direitinho, e viu o poder político, social e econômico desaparecer. E a impotência dá muita raiva. Por que as pessoas estão furiosas no trânsito? Porque você está no seu mundo, pagou por seu carro, e é obrigado a enfrentar os outros, o ciclista, os demais motoristas. Você é ferido no seu poder.”
Sobre as estratégias digitais usadas por esse grupo, o professor cita o ex-presidente americano Barack Obama, apontado como o primeiro a usar redes sociais para uma campanha, em 2008. No entanto, compara Luli Radfahrer, no caso de Bolsonaro o esforço é mais espontâneo e “oportunista”.
“Obama tinha uma estratégia mesmo, o nome dele aparecia até em outdoors de videogames. Já os admiradores de Bolsonaro parecem mais um fã-clube, com gente empolgada, mas sem planejamento estratégico. Eles estão aproveitando a oportunidade.”
Chances de vitória
Explicado o funcionamento da força-tarefa pró-Bolsonaro nas redes, fica a pergunta: ela ajudou nas sondagens eleitorais?
Provavelmente sim, diz o cientista político e pesquisador da FGV-SP Humberto Dantas.
“Estratégias no mundo virtual podem render bons alavancamentos. Não vejo outras razões para ter esse percentual do que a mobilização de seus apoiadores, porque ele não estava na mídia todos os dias e não é uma voz da oposição. Agora, a gente precisa entender se existe um teto para esse avanço e se ele já chegou lá.”
No entanto, a maioria dos cientistas políticos ouvidos pela BBC afirma que o suporte virtual pode não ser suficiente. Para chegar a vitória, afirmam, outros elementos seriam necessários.
O principal deles: tempo de televisão.
O congressista está num partido pequeno e programas eleitorais mais extensos ficam com siglas ou coligações que têm maior bancada na Câmara.
Para Humberto Dantas, sem exposição na TV, ainda é difícil que uma candidatura deslanche. Nos Estados Unidos, onde a televisão é hoje menos importante do que o Brasil, mais de 40% da verba eleitoral de 2016 foi gasta em propaganda televisiva.
E mesmo que consiga chegar às telas, o discurso de Bolsonaro pode soar muito duro para parte da população, diz Wilson Gomes, da UFBA. Segundo o pesquisador, as falas dele dão certo nas redes sociais, onde são recebidas por setores mais radicais, mas, no geral, o brasileiro é moderado.
“Temos uma tradição humanista, de raiz católica. Podemos ser conservadores, mas não radicais. Esse discurso dificilmente passa da bolha digital.”
Um elemento, no entanto, pode mudar esse cenário: o apoio de forças econômicas.
De acordo com Radfahrer, a agenda de Bolsonaro, com suas repetidas menções ao fim das reservas indígenas, pode agradar o agronegócio, por exemplo. Quando as empresas percebem um ganho pragmático nos políticos, ressalta, eles se tornam candidatos viáveis.
“No fundo, o que ele fala em relação a mulher, gay ou arma é fumaça. Mas o que diz sobre índio e aposentado é econômico e pode ser muito sério.”
Frente a tantos questionamentos, os militantes não hesitam. Citam um caso recente, que contrariou as previsões.
“Quem esperava que Trump fosse eleito? As pessoas votaram escondido. Quando o cara ganhou, todo mundo ficou assustado”, lembra Dom Werneck, antes de completar o paralelo.
“E assim está Jair Bolsonaro.”
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Fonte: BBC Brasil.