Comissão da Bolívia viaja ao Brasil por fuga de senador

Carlos Romero
Carlos Romero

La Paz, 6 set (Prensa Latina) Uma comissão de altos funcionários do governo de Evo Morales viajou hoje ao Brasil para analisar com as autoridades desse país a fuga do senador opositor Roger Pinto, prófugo da Justiça boliviana.

De acordo com o ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, trata-se de uma reunião de caráter técnico- jurídico, com o efeito de prestar a Brasília informação sobre os mais de 20 processos e quatro ordens de prisão que pesam sobre o congressista.

A delegação boliviana está encabeçada por Romero, pelas ministras da Transparência e Luta contra a Corrupção, Nardi Suxo; e de Justiça, Cecilia Alayón e pelo Promotor Geral em funções, Roberto Ramírez.

A fuga de Pinto para o Brasil há 15 dias tensionou as relações entre os dois países, ainda que depois de um encontro para analisar o tema entre Evo Morales e Dilma Rousseff na última semana no Suriname, o presidente boliviano considerou o incidente diplomático como superado.

Morales, atualmente em viagem pela Europa, adiantou que seu governo informaria de forma “bem documentada, com informação jurídica e técnica o Ministério Público do Brasil, bem como o Ministério de Justiça para que eles possam agir” sobre o tema.

Na semana anterior, o presidente solicitou ao Brasil a extradição do senador e exigiu explicações sobre as formas em que ocorreu a fuga, na qual foi utilizado um veículo oficial da embaixada brasileira em La Paz no qual viajou durante 22 horas até um ponto da fronteira entre os dois países.

“É importante devolver Roger Pinto à justiça boliviana e que seja julgado como qualquer autoridade que está envolvida em temas de corrupção”, afirmou.

O governo da Bolívia considerou que Brasil violou o direito internacional ao apoiar a fuga do parlamentar, por existir contra si quatro ordens de prisão e uma sentença condenatória.

Já o Ministério Público (Promotoria) anunciou o estudo de ações para conseguir a extradição do senador e pediu sua captura à Interpol.

Refugiado na delegação diplomática brasileira desde maio de 2012, Pinto foi sentenciado em junho passado a um ano de prisão por um tribunal boliviano, que o declarou culpado de delitos econômicos ao Estado calculados em cerca de 1,7 milhões de dólares, enquanto era acusado por outras duas dezenas de delitos.

A poucos dias de sua chegada na embaixada, o governo brasileiro concedeu-lhe o asilo, ainda que La Paz negou-lhe o salvo-conduto para sua viagem por considerar que o mesmo tinha causas pendentes com a Justiça boliviana.

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