Redação/Portal Desacato.
Tem realidades que parece acontecem em um mundo paralelo que a sociedade, mesmo a melhor intencionada, não quer ver. Mesmo em um dos países mais desiguais do mundo queremos evitar saber que para uma enorme quantidade de brasileiros, estudar é o oposto a comer, trabalhar, isso porque não dá para fazer ambas as coisas. Porque numa relação mecânica e produtivista de uma lógica neoliberal o jovem e o adulto tem que ser apenas peças de uma engrenagem repetitiva de ações e resultados que só servem às elites. Estas sim com direitos autoconcedidos de se desenvolver intelectualmente.
Claro que isso muda com direitos iguais para se educar além dos especifismos, com visão crítica do mundo, com um olhar além de um cursinho profissionalizante ou um diploma que nos concede o direito de ganhar nosso mendrugo diário. Vemos, ano trás ano, decair um projeto fundamental para um país como o Brasil, o projeto imprescindível das Escolas para Jovens e Adultos. Menos assistência, menos recursos, menos interesse na evolução humana e intelectual dos que produzem a riqueza nacional.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade que atende estudantes da classe trabalhadora, muitos dos quais buscam conciliar o trabalho com os estudos, outros deixaram a escola regular por motivos diversos e buscam retomar a escolarização. A EJA tem tido o orçamento gradativamente reduzido e há muitos anos não tem concurso público para professores.
Na próxima semana acontecerá o encontro regional em defesa de uma política pública nacional para a EJA. Sobre o assunto, a edição de hoje, quarta-feira, 27 de setembro, do Mural da Manhã, conversou com Daniel Godinho Berger, professor e pesquisador da EJA. Berger é coordenador do Fórum de EJA de Santa Catarina e representante da região Sul na Coordenação dos Fóruns de EJA do Brasil.
Assista ou escute a entrevista completa clicando no vídeo abaixo:
