Suspensão de processo contra Berta Cáceres Flores

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Comemoram suspensão

Por Tatiana Félix.

Depois de ter sido presa durante uma operação militar em uma estrada do setor de Água Caliente, Santa Bárbara, em Honduras, no último dia 24 de maio, a coordenadora geral do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), Berta Cáceres Flores conseguiu que seu processo judicial fosse suspenso ontem (13).

A suspensão provisória ocorreu por falta de provas contra a ativista e líder indígena e, apesar do pedido de suspensão definitiva do processo, o julgamento ainda não foi encerrado definitivamente. Mesmo assim, a conquista foi comemorada por movimentos em solidariedade à Berta Cáceres e ela poderá novamente viajar para fora do país, já que ficou livre das medidas substitutivas que restringiam sua liberdade.

Berta foi detida junto com o também ativista do Copinh, Tomás Gómez Membreño, em uma das visitas às comunidades do povo Lenca que organizadas no Copinh lutavam no setor de Río Blanco em defesa do território e contra empresas nacionais e internacionais que pretendem represar e instalar o projeto hidroelétrico Água Zarca no rio Gualcarque.

Neste contexto, durante uma operação militar no dia 24 de maio, Berta e Tomás foram parados e tiveram o carro revistado, sendo detidos, em seguida, sob a acusação de ‘porte ilegal de armas’. No entanto, a acusação não foi suficientemente fundamentada, de acordo com o advogado de Berta, Marcelino Martínez, o que resultou na suspensão do processo ontem, após uma audiência de quase oito horas de duração acompanhada por representantes de mais de 40 organizações em apoio à coordenadora do Copinh. Em várias ocasiões a lutadora social denunciou receber ameaças particulares e contra a sua organização.

Para os movimentos sociais hondurenhos, a detenção de Berta Cáceres Flores foi parte de uma estratégia de perseguição contra a defesa dos territórios dos povos indígenas de Honduras e contra a resistência popular, já que comunidades lencas reclamam o descumprimento da consulta prévia aos povos indígenas para instalação de projetos em seus territórios.

De acordo com as organizações, o território Lenca é ameaçado por empresas mineiras e pelo Programa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD), sem que sejam respeitados os processos de Consulta Prévia, Livre e Informada necessários para garantir os direitos de povos indígenas. Os movimentos reclamam ainda que, desde o golpe de Estado em 2009 se “instaurou um regime fascista” e se intensificaram os ataques e repressões contra a população e lutadores sociais.

Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=1&cod=75881

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