Começa a mover-se o xadrez político na Argentina

Por Maylín Vidal.

Com o encerramento das listas dos pré-candidatos de distintos partidos que irão às Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO), rumo às eleições legislativas, o xadrez político e as estratégias tiveram início na segunda-feira (26) na Argentina.

Após um fim de semana ativo, no qual cada uma das alianças e frentes inscreveram suas propostas, fizeram seus registros, apresentaram a declaração juramentada dos postulados e da plataforma programática, já se pode sentir o clima das campanhas políticas, em especial na capital, a província de Buenos Aires.

Ainda que muito se tenha especulado, sem dúvida a surpresa final foi a da ex-presidenta Cristina Fernández, que concorrerá a uma vaga como senadora por Buenos Aires, seguida pelo ex-chanceler Jorge Taiana.

A ex-mandatária, que na terça-feira última, lançou oficialmente a plataforma Unidade Cidadã, em busca de pôr um limite no atual governo, conforme declarou, para que pare o ajuste, ocupou as manchetes, após a notícia de sua candidatura.

Na véspera, começou a circular um vídeo desta frente em que a voz de Fernández soa ao fundo, enquanto aparecem imagens de um grande evento realizado no estádio Arsenal em Avellaneda, que reuniu mais de 30 mil pessoas, em 20 de junho.

“Quero voltar a fazer parte de um movimento político onde o importante é o povo, onde o que importa são os que sofrem, os que precisam. Esta é a Argentina que queremos, isso é a ‘Unidade Cidadã’”, diz este vídeo que em apenas três horas foi visto por quase 60 mil pessoas.

Dois anos após finalizar seu mandato, a ex-presidenta regressa por uma cadeira no Senado, cargo que ocupou por duas ocasiões, (2001-2005) e (2005-2007), antes de se tornar presidente.

Agora o fará, pela oposição, com a Unidade Cidadã, integrada por cinco partidos políticos: Compromisso Federal, Frente Grande, Kolina, Novo Encuentro e o Partido da Vitória.

Em sua convocatória, aqueles que fazem esta iniciativa propõem 15 eixos e salientam que são essenciais para construir uma nova relação de forças de forma a interromper o ajuste permanente, a desindustrialização endêmica, a dívida em série e a especulação financeira que a aliança Cambiemos tem como as únicas metas de seu governo.

Precisamente por Cambiemos, que levou Mauricio Macri à cadeira presidencial, a dupla que estará representada pela província de Buenos Aires, pleiteando um cargo no Senado, é composta pelo atual ministro da Educação, Esteban Bullrich, e o titular de Acumar (Autoridade de Cuenca Matanza Riachuelo), Gladys González, e como vices terão Graciela Ocaña e Héctor Flores.

Outro que competirá por uma vaga no Senado será o ex-ministro do transporte, Florencio Randazzo, com sua proposta “Cumplir”, pelo Partido Justicialista, acompanhado pela advogada Florencia Casamiquela.

Entretanto, o líder da Frente Renovadora, e ex-candidato presidencial Sergio Massa, aspirará também ao cargo de senador, seguido por Margarita Stolbizer com a Aliança País.

Pela Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT) foram inscritos como candidatos para o Senado Néstor Pitrola e Andrea D’Atri.

Na capital da Argentina, onde serão eleitos 13 deputados federais e oito suplentes, as listas já estão formadas e aparecem, por exemplo, como proposta da Unidade Cidadã, Daniel Filmus, Gabriela Cerutti e Juan Cabandié, enquanto representando a Evolução Cidadã estarão Martín Lousteau, Carla Carrizo, Álvaro de Lamadrid e Hernán Rossi.

Este ano, 24 províncias elegerão deputados federais, mas apenas oito das províncias votarão na eleição ao senado.

Haverá também eleições locais em 15 províncias: 13 elegerão para os cargos provinciais e municipais e duas votarão apenas para cargos municipais.

Neste ano de 2017, 127 membros da câmara dos deputados e do senado das províncias de Buenos Aires, Formosa, Jujuy, La Rioja, Misiones, San Juan, San Luis e Santa Cruz terminam os seus mandatos.

De acordo com o calendário eleitoral, a campanha eleitoral para as PASO transcorrerão oficialmente de 14 de julho até 11 de agosto. Dois dias depois serão realizadas as eleições e após os resultados, será iniciado um novo ciclo em 22 de outubro, quando a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado (24 membros correspondentes a oito províncias) serão renovados.

Fonte: Resistência.

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