Com UTIs lotadas, Suíça recomenda a pessoas do grupo de risco que “preparem seus testamentos”

Sistema hospitalar do país alpino entrou em colapso, após vários dias seguidos registrando aumento no número de infectados graves, em função da segunda onda da pandemia do coronavírus, que afeta toda a Europa

Autoridades de Saúde da Suíça. Foto: The Local.ch

Por Victor Farinelli.

A segunda onda da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 continua levando sistemas hospitalares ao colapso na Europa. Nesta terça-feira (17), foi a vez da Suíça admitir que o sistema hospitalar do país já não possui UTIs disponíveis, pois todas estão ocupadas com pacientes de covid-19.

A SSMI (sigla em alemão da Sociedade Suíça de Medicina Intensiva) admitiu em um comunicado em resposta a uma matéria do New York Times que “as unidades de cuidados intensivos estão no limite da capacidade de 876 camas reservadas para adultos, e o número de casos graves diários continua crescendo. O sistema já não suporta mais”.

Mas o mais inusitado foi a recomendação da entidade para que as pessoas do grupo de risco (maiores de 65 anos e portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão) “escrevam um testamento em vida, especificando que tipo de cuidados querem receber em casos mais extremos”.

“Assim, seus entes queridos e também as equipes médicas agilizarão o processo de tomada de decisões, assegurando o melhor tratamento possível de acordo com os desejos do paciente”, esclarece o texto, explicando que não se trata de um testamento para saber o destino dos seus bens e propriedades, e sim para determinar o que fazer com o corpo em caso de óbito, para que os procedimentos sejam feitos de forma mais rápida, mas sem deixar de atender a vontade do paciente.

Só nesta quarta-feira (18) a Suíça registrou mais de 6 mil novos infectados, com 84 mortes. Na contagem desde o início da pandemia, o país alpino já totaliza 280 mil casos de covid-19, com 3,4 mil óbitos.

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