Com mais 1.167 óbitos em 24 horas, Brasil ultrapassa 240 mil mortos por covid-19

País está próximo de alcançar também a marca de 10 milhões de casos. Próximas semanas devem ser ainda piores, em razão das aglomerações durante o Carnaval

Foto Rio da Paz

O Brasil superou no ultimo dia 16 de fevereiro a marca oficial de 240 mil mortos por covid-19. As últimas 24 horas registraram 1.167 vítimas do novo coronavírus. Desde o dia 21 de janeiro, o país registra média diária, calculada em sete dias, superior a mil óbitos, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

O número de casos também teve grande aumento. Foram 63.612 novos doentes. O país está a poucos dias da marca de 10 milhões de infectados e de 250 mil vítimas. De acordo com o levantamento de hoje, são 9.921.981 contaminados desde o início do surto no Brasil, em março.

O surto de covid-19 no Brasil segue fora de controle e a perspectiva é de aumento de casos e mortes para as próximas semanas. O descontrole é atestado pelo Imperial College de Londres, referência mundial em estudos sobre a pandemia. Além disso, o último fim de semana foi de grandes aglomerações por todo o país, no período que seria marcado pelo Carnaval. Mesmo cancelado pelas autoridades em todo o país, muitas festas clandestinas ocorreram.

Outro ponto que atesta o descontrole da pandemia no país é a média semanal de mortes. A última semana foi a segunda mais letal de todo o histórico da crise sanitária. Foram 7.520 mortos no período, sendo superado apenas pela semana entre os dias 19 e 25 de julho, com 7.714 vítimas, quando o país vivia seu pior momento até então.

Curvas epidemiológicas médias de casos e mortes. Fonte: Conass

Caso grave

Em números absolutos, o estado mais afetado do país é São Paulo. As cidades paulistas somam 1.927.410 infectados e mais de 56 mil mortos, sem contar com a subnotificação, denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades em todo o país. O estado, sozinho, só é superado em casos e mortos por 12 países, ficando à frente em números da tragédia sanitária em nações como o Peru e Equador.

Algumas cidades paulistas passam por colapso em seus sistemas de saúde. É o caso de Araraquara, que amanheceu hoje com 100% das UTIs ocupadas. “Na manhã desta terça-feira, 16 pacientes aguardavam sem leitos para internação. Após diálogo que firmamos ontem à noite com o governador João Doria, recebemos hoje as visitas do secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, e do secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. Estivemos no hospital de campanha para apresentar nossa estrutura de enfrentamento à covid-19”, dise o prefeito, Edinho Silva (PT).

Edinho foi reconhecido internacionalmente durante a primeira onda pelas ações assertivas no combate à covid-19. A cidade mantém uma das maiores taxas de testes por habitantes do país. Também seguiu orientações rígidas de isolamento. Agora, além das consequências da flexibilização da quarentena em todo o estado. Araraquara também registra casos com as novas cepas do coronavírus (as chamadas mutações de Manaus e do Reino Unido).

“Vinholi e Gorinchteyn anunciaram que o governo do estado irá investir R$ 1,5 milhão na abertura de mais 95 leitos na região, sendo 70 deles em Araraquara. Desses 70, o hospital de campanha receberá 40 (30 UTIs de suporte ventilatório e 10 de enfermaria) e o Pronto-Socorro do Melhado terá mais 30 leitos de enfermaria. A situação é muito crítica, pois a cidade amanheceu tecnicamente em colapso de saúde, com pacientes aguardando leitos para internação e todos os leitos ocupados”, completou o prefeito.

Vacinas

Brasil segue seu programa de vacinação frágil e com incertezas. No fim de semana, o país superou a marca de 5 milhões de doses aplicadas. Entretanto, há incertezas sobre a disponibilidade de novas doses. No atual ritmo, o país não consegue concluir a vacinação massiva nem mesmo em 2022.

A segunda dose já foi aplicada em cerca de 250 mil pessoas – ou seja, apenas 0,12% da população está efetivamente imunizada, enquanto a primeira dose já foi aplicada em 2,5% dos brasileiros. Como referências, China e Estados Unidos já vacinaram mais de 50 milhões de habitantes e o Reino Unido 15 milhões. A Inglaterra se destaca entre os países com maior porcentagem de vacinados, com cerca de 24% da população já imunizados.

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