Por Catarina Barbosa.
Uma central de ar queimada e um bebedouro de água que não liga mais. Esses são só alguns dos equipamentos perdidos pela população de Macapá, capital do Amapá, segundo relatos ouvidos pelo Brasil de Fato na tarde desta quarta-feira (13).
A falta de energia e os consequentes danos provocados, mais uma vez, à população do estado são resultado de um novo apagão registrado na quarta-feira, por volta das 16h. Segundo a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), a energia foi normalizada cerca de uma hora após o ocorrido.
De acordo com uma nota da CEA, a interrupção no sistema de energia ocorrida nesta quarta “não tem relação com problemas de distribuição. Foi identificada uma ocorrência na linha de transmissão Macapá/Jari”.
Com essa falha, o Amapá soma o terceiro apagão no estado desde do dia 3 de novembro de 2020, quando foi registrada a primeira interrupção do serviço, que deixou a população no escuro por 22 dias. Na ocasião, 13 das 16 cidades do estado ficaram sem luz, resultado de uma explosão seguida de incêndio na subestação do estado, localizada em Macapá. A segunda foi em 17 de novembro, novamente atingindo 13 das 16 cidades do estados, que já estavam com energia racionalizada por conta do primeiro apagão.
Em 3 de dezembro, após o segundo apagão, diversas organizações sociais assinaram uma nota que denuncia a crise energética no estado. “O que aconteceu em Macapá pode ser a ponta do que está por vir nos demais estados brasileiros”, denuncia o documento.
Como ocorreu
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela coordenação da operação do Sistema Elétrico, incluindo o monitoramento do fornecimento de energia em todo o Brasil, “às 15h53, houve o desligamento dos dois circuitos da linha de transmissão, em 230 kV, Laranjal – Macapá e das hidrelétricas de Ferreira Gomes, Cachoeira Caldeirão e Coaracy Nunes, com interrupção de 250 MW no estado do Amapá.
Às 16h38, toda a rede básica — ou seja, os sistemas que atuam em tensão igual ou superior a 230 kV — já estava restabelecida. O ONS continua acompanhando o restabelecimento por parte da distribuidora CEA. Até as 17h15, já tinham sido restabelecidos 110 MW de carga.
O ONS, em conjunto com os agentes envolvidos, irá elaborar o Relatório de Análise da Perturbação (RAP) para um diagnóstico desta nova ocorrência no estado do Amapá”, diz a nota.
O Ministério de Minas e Energia (MME) comunicou que Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a causa da ocorrência “será avaliada pelo ONS por meio do Relatório de Análise de Perturbação (RAP)”.
A Aneel pontuou ainda que “está atuando junto à concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), que deverá informar as medidas adotadas para solucionar o problema e evitar reincidências”.
Já a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) destacou que “a concessionária disponibilizou as linhas de transmissão instantaneamente (em um minuto), e portanto sua disponibilidade de suas instalações de transmissão foi normalizada. Tal evento ocorre diariamente no Brasil, e no caso particular expõe a fragilidade do sistema de energia do Amapá que não conta com redundância devido a questão de planejamento setorial”.
A LMTE disse ainda que “a subestação Macapá e os três transformadores da subestação Macapá funcionam sem intercorrências”.
O que fazer em caso de eletrônicos queimados?
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informa que, caso a população se sinta lesada, é necessário procurar o atendimento da própria CEA e fazer o registro de queima de equipamento.
“A companhia vai seguir o regulamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de fazer inspeção, gerar laudo e, caso se confirme que houve de fato a queima por oscilação, providenciaremos o ressarcimento”, afirma.
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