Com cortes, UFSC poderá deixar de funcionar a partir de agosto deste ano

    Imagem: Reprodução UFSC à Esquerda.

    Por Marcelo Ferro.

    A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina afirmou que, em razão dos cortes orçamentários que chegam aos R$ 60 milhões, a UFSC poderá encerrar suas atividades já a partir de agosto de 2019.

    A gestão da Reitoria se reuniu ontem, segunda (06/05) para apresentar o orçamento da universidade para o ano de 2019, com a previsão de contingenciamento e valores já bloqueados pelo MEC. O corte orçamentário representa 35% dos recursos de custeio e investimento da UFSC.

    O secretário de Planejamento e Orçamento da UFSC, Vladimir Arthur Fey, marcou a gravidade da situação. “Já estamos no quinto mês do ano, não conseguiremos retroagir, voltar aos quatro meses iniciais de 2019, cujas as despesas já foram executadas. Vamos, de fato, começar a sentir os efeitos do corte já em maio. Por este motivo deveremos adotar ações imediatas como forma de mitigar os impactos do bloqueio. Se essa posição não for revista pelo governo federal não seremos os únicos afetados, mas todas as universidades e institutos federais estarão na mesma situação”, pontuou o secretário.

    Fey alertou que a magnitude do bloqueio do orçamento poderá trazer implicações para além das depesas de capital e custeio, afetando diretamente os estudantes: “os reflexos desse bloqueio não afetarão apenas água, luz, telefone, bolsas, serviços de vigilância, serviços de limpeza e demais contratos terceirizados, mas também as políticas de permanência para os nossos alunos”.

    A UFSC é a principal instituição pública de educação de Santa Catarina, contando atualmente com cinco campi pelo estado e uma comunidade universitária constituída por cerca de 70 mil pessoas, dentre os quais docentes, técnicos-administrativos em Educação, estudantes do ensino básico, graduandos, mestrandos e doutorandos. Em 2018, foi considerada a sexta melhor universidade do país na avaliação anual Ranking Universitário, da Folha de S.Paulo.

    A UFSC não ficará de braços cruzados

    A comunidade universitária já sinalizou que irá reagir aos cortes do governo federal. Em diversos cursos, os estudantes já começaram a se mobilizar, realizando assembléias para definir as estratégias de luta. Uma assembléia geral estudantil foi convocada para o dia 14 de maio, com o título “se cortar a UFSC vai parar!”.

    A Associação dos Pós-Graduandos da UFSC realizará uma assembléia da pós graduação, nessa quinta-feira (08/05), parte das ação dos mestrandos e doutorandos contra os ataques às Universidades e a Pesquisa brasileiras.

    Os TAEs da universidade, não podendo contar com um papel mobilizador da atual gestão do Sindicato, que encontra-se em processo eleitoral, convocaram uma assembléia também para a quinta (08/05). No chamado, salientaram como os TAES da UFSC têm uma história de combatividade, participando da greve unificada contra os cortes no orçamento em 2015, na greve contra a emenda constitucional do teto de gastos em 2016 e nos dias de greve geral contra a reforma da previdência em 2017. “Desta vez não será diferente! À luta TAEs!”, diz o chamado.

    No dia 15 de maio, trabalhadores e estudantes de todo o Brasil se unirão em uma Greve Nacional da Educação, em defesa da Educação e Tecnologia públicas e da liberdade de ensinar e aprender, lutando contra a proposta de Reforma da Previdência do governo, que implicará na destruição da Previdência pública, e pela construção de uma Greve Geral dos trabalhadores brasileiros.

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