Mais dois partidos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Solidariedade e o Pros. Agora são 32. Faltam 6 dias úteis para o Congresso aprovar leis eleitorais que tenham validade para as eleições do ano que vem. Nada importante será aprovado. Com 32 partidos, qual prefeito, governador ou presidente, consegue governar sem se tornar refém? Sem ser pressionado pelas chamadas “bases” num jogo permeado, país afora, por chantagens e casos de corrupção?
Pré-candidatos à presidência da República: Dilma (PT) Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Marina Silva, se conseguir emplacar o 33º partido, o Rede. Serra, se decidir e se encontrar espaço. Joaquim Barbosa, como juiz que é, pode decidir até seis meses antes da eleição.
Teremos, claro, o circo ou a tragédia de sempre. O homem do aerotrem, talvez Jair Bolsonaro (PP) e a turma das masmorras. Quem sabe o Marco Feliciano (PSC) para provocar mais um pouco de ódio onde já não há falta.
E sobram problemas e perguntas para os candidatos.
Violência: mais de 1 milhão e 300 mil homicídios nas últimas 3 décadas. Quais são as ideias para romper esse ciclo de terror? Ideias com capilaridade na sociedade.
Projetos mesmo, não o papo furado de “vigiar as fronteiras”, não a habitual cascata de marqueteiros. À parte medidas sociais, como ter polícia nas ruas? Polícia bem paga, moderna, civilizada, não esse mix de mocinho e bandido.
Como levar o Brasil a abandonar o toque de recolher? Esse que esvazia as ruas das cidades depois que escurece. Quanto custa ao país a perda do direito de ir e vir a pé quando o sol se põe? Um direito humano, elementar, que se perdeu sem que os brasileiros se dessem conta.
Como educar e punir para não se ter outro milhão de mortos no trânsito em 30 anos? O que é mais grave e importante do que mais de 2 milhões de mortos em 30 anos? Assassinados a tiros ou mortos no trânsito!
Como ir para mais uma eleição engolindo esse debate hipócrita e farsesco entre partidos? Esse debate onde um partido aponta para a corrupção do outro.
De 594 membros do congresso 190, ou seja 32%, já foram condenados pela justiça ou pelos tribunais de contas, segundo a Transparência Brasil… E as torcidas se engalfinhando na discussão reveladora, e por isso ridícula, sobre quem rouba mais. Isso enquanto mais de 30 partidos compram e vendem tempo para o horário de campanha no rádio e TV. Todos sabendo disso. Todos esperando a hora em que o outro será flagrado no crime da ocasião, para a CPI da ocasião.
Saúde. Educação. Meio ambiente… Para além da marquetologia vazia, e caríssima, quais são as ideias? Nascidas de baixo para cima ou de cima para baixo, mas ideias com força, mobilização na sociedade.
Com a palavra, a um ano da eleição, os candidatos. Os eleitores que se mobilizem, se articulem, e cobrem. Ou, o que resta depois é lamentar o que não foi feito. Ou, o que foi malfeito.
Fonte: Terra Magazine.