Colombo e o cursinho pré-vestibular da UFSC

Por Lidiane Ramos Leal.

Nos últimos dias uma grande mobilização tomou conta das redes sociais. Dessa vez, os catarinenses prejudicados foram os estudantes de escolas públicas, que através de um importante movimento e um belíssimo ato de resistência, solicitam que o governador Raimundo Colombo mantenha o convênio junto a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para que possam ter acesso ao cursinho pré-vestibular. Já que a escola pública, por conta de todas as consequências referentes à desvalorização, não é suficiente para garantir o acesso dos estudantes às universidades públicas, mesmo diante das cotas para alunos da rede pública.

O cursinho pré-vestibular da UFSC teve início em 2003. E conta com a parceria do Estado desde 2008, o que levou a expansão para outras cidades do estado, para além da Capital. Já em 2011 o cursinho aconteceu em 29 cidades, com 31 unidades de ensino e um total de 3,1 mil alunos. O referido cursinho apresenta significativos índices de aprovação nos vestibulares de universidades públicas.

A nova reitora da UFSC Roselane Neckel, em anuncio, lamenta que “o governo estadual não quer dar continuidade ao projeto de inclusão social dos cursinhos espalhados por Santa Catarina, que possibilita estudantes sem condições, inclusive econômicas, de ingressar na UFSC”.

Em contrapartida, o Secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, defende que o governo não participará do convênio no primeiro semestre, haja vista a necessidade de reorganizar o investimento da pasta por conta do reajuste da folha de pagamento dos professores. E ainda, os gastos na infraestrutura das escolas.  O valor do convênio entre o Governo do Estado e a UFSC é de R$ 3 milhões por ano, o suficiente para que o curso pré-vestibular volte a ser viabilizado aos alunos provenientes de escolas públicas.

O interessante disso tudo, é que parece existir um propósito em criar uma luta entre a classe trabalhadora, à medida que o governador afirma que por conta da manifestação dos professores (justa, aliás justíssima!), os vestibulandos que estudaram em escolas públicas não terão acesso ao cursinho. Dessa forma, Colombo visa promover o embate: professores x alunos.

Seria importante maiores informações acerca desse processo por parte do governador, e de forma muito imediata, pois nós, a sociedade, continuamos no aguardo e decerto esperando que esse grande mal entendido se resolva o mais rápido possível. Afinal, a gente não quer só comida.

Figura: Lidiane Ramos Leal.

8 COMENTÁRIOS

  1. Bom, estudei minha vida toda em escolas públicas, e nesse tempo reparei várias falhas e absurdos. Grande falta de professores qualificados e várias trocas no meio do ano escolar, dificultando demais o ensino; e claro mais defeitos que não vem ao caso agora. Mas, como muitos outros estudantes de escolas públicas, possuo o sonho de entrar na faculdade, mas é difícil sem alguma ajuda. No pré-vestibular da UFSC está presente professores de ótima qualidade, e vários projetos, como aulões. Isso junto aos nossos estudos em casa nos dá uma grande chance de conseguir uma vaga. Para o Colombo e outros é muito fácil não aprovar o projeto, possuem grande quantidade de dinheiro e seus filhos podem estudar nos melhores colégios, assim é muito fácil não? – Papaizinho da graninha e menos concorrência para mim. Isso é uma vergonha! Por isso nossa campanha está grande nas redes sociais… #APROVACOLOMBO @SalvePreDaUFSC

  2. Jogo sujo!

    Como colocar pais e alunos contra os professores? Simples, basta você fazer o pagamento de aumento de salário para ACTs, tendo isso documentado para comprovar, alegar ter dado os aumentos com esses documentos, e dizer que a greve não tem cabimento nos meios de comunicação… Também existem artifícios mais eficazes, como interromper o convênio com a UFSC nos cursinhos pré-vestibular, alegando ter que cortar gastos para suprir os aumentos de salários dos professores.
    É fácil manipular as pessoas, elas se apegam a notícias do dia (o que também é uma forma de manipulação) e esquecem o que realmente está acontecendo a sua volta.
    Vamos parar com essa falta de respeito escancarada. Temos que abrir os olhos e enchergar além do que o sistema quer que encherguemos. Acreditem ou não, a educação é um direito de todos, mas não to falando de educação como ir e vir da escola, e sim de Um ensino de qualidade para formar grandes pessoas para o mercado de trabalho e com isso nosso país crescer… Isso é evolução, não ficar parado no tempo reclamando de tudo. Vamos acabar com esse jogo político, onde o governo joga nas costas dos outros o que é de dever deles mesmo…
    Ah, e lembrem disso tudo em Outubro para não continuarem sendo marionetes com cara de palhaço.

  3. É uma vergonha mesmo, sem os professores não somos nada,pois eles que nos passam o conhecimento, se enchergue governador, vocc não valoriza os professores,querem o povo burro,só que isso não vai acontece..
    è o BRASIL que vivemos….

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