Bogotá, 19 ago (Prensa Latina) Milhares de produtores agrícolas, da pecuária, mineração, da educação e da saúde paralisarão hoje 30 dos 32 departamentos da Colômbia em um protesto nacional de tempo indefinido contra as políticas econômicas que dominam o país.
Em um ano marcado pelas mobilizações sociais, trabalhadores de diversos setores e organizações sairão às ruas “cansados de entregar suas riquezas às transnacionais” e do Governo não cumprir com suas promessas.
A advertência do presidente Juan Manuel Santos foi clara. Ontem ordenou que a força pública atue com total contundência contra quem estiver bloqueando as vias e avisou que quem fomentar a desordem será penalizado.
Antes disso, tinha sido firme ao afirmar que “não vamos sentar a negociar nada no meio de uma greve”.
Como o jornalista Rodrigo López Oviedo disse em um recente artigo, em 19 de agosto, veremos “uma população que exige soluções a seus problemas de panelas vazias, de feridas sem cura, de estudantes sem escolas, de escolas sem professores, de terra sem camponeses, de camponeses sem terra”.
“De cidadãos sem nada, diz, de estrangeiros com tudo, de produtos caros, de colheitas baratas, de democracias a cada quatro anos, de autocracias todos os dias”.
Produtores de batata, arroz, algodão, leite, café e outros produtos, os médicos e professores, os caminhoneiros e operários, todos unidos sairão a exigir que o Estado cumpra com suas obrigações.
No passado dia 22 de julho em Neiva, Huila, 98 representantes de diversas organizações de 21 departamentos, convocaram os indígenas e deslocados, estudantes, aposentados e outros setores a acompanhar as mobilizações .
Os manifestantes afirmam que com a aprovação da Agenda Legislativa no Congresso, o atual Governo “tem colocado políticas anti-operárias e anti-populares, que limitam direitos, privatizam instituições e entregam nossos recursos naturais às multinacionais”.
Estas políticas, acrescentam, “promovem a ‘estrangeirização’ da terra, acaba com a produção nacional através dos Tratados de Livre Comércio, encarece os preços da cesta básica familiar, eleva os preços dos combustíveis, aprofundando assim a atual crise econômica que eles mesmos não reconhecem”.
No meio das tensões e advertências do ministério do Interior de levar a julgamento aqueles que tentarem perturbar a ordem pública, o movimento político e social Marcha Patriótica alertou em um comunicado sobre a grave situação de direitos humanos que quem se mobilizar para a greve terá que enfrentar.
“A Marcha Patriótica responsabiliza o presidente Santos; o ministro do Interior Fernando Carrillo; e o diretor geral da Polícia, Rodolfo Palomino, pelas violações aos direitos humanos executadas por integrantes das forças regulares do Estado que se apresentarem contra os manifestantes”, afirma o texto.
Fonte: Prensa Latina