O Exército de Libertação Nacional (ELN) emitiu nesta quinta-feira (04/10) uma carta ao Senado colombiano em que pede aos legisladores apoio para uma reunião com o governo do país. A guerrilha tenta retomar os diálogos de paz há cerca de um mês.
O documento foi assinado pelo chefe da Delegação de Diálogos, Pablo Beltrán, que citou a intenção do grupo de “seguir avançando” com as negociações de cessar-fogo.
“Solicitamos seus bons ofícios para poder seguir avançando em alcançar o término do conflito armado e acordar transformações para uma Colômbia em paz e igualdade”, disse.
O último encontro entre aconteceu dois meses atrás, coincidindo com o início da gestão do presidente Iván Duque, que assumiu no dia 7 de agosto. Logo em seus primeiros atos como chefe de governo, Duque impôs exigências ao ELN, com abordagens mais duras em relação às da antiga gestão de Juan Manuel Santos.
Segundo o texto, as demandas recentes feitas pelos governistas são “unilaterais” e não contribuem para o andamento dos acordos.
“O governo está colocando exigências unilaterais, que rompem com a bilateralidade de um processo de negociação, desconhecendo acordos prévios. Se Duque considera que são necessários ajustes aos compromissos já existentes, estes devem ser examinados e acordados pelas duas partes na mesa”.
Série de desacordos
O documento divulgado pela no início de outubro dá sequência aos atritos entre governo e guerrilha, já que, no último dia 24 de setembro, o ELN criticou Duque por não nomear uma equipe encarregada de dialogar pela paz.
Em texto divulgado no portal ELN Voces, o grupo afirmou que o atual governo faz “múltiplas declarações contra o processo em curso” e que a falta de interesse por resoluções o “invalida como interlocutor”.
“O ELN é uma força insurgente e não está obrigado a cumprir a legalidade do Estado colombiano até que haja um acordo de superação definitiva do conflito, onde as partes se sintam satisfeitas”, diz o comunicado.