Por André Berté.
Ponta do Coral – Maratona do Coral 2015
Cultura em espaço público, busca de direitos e correção de conduta (do poder público)
Nestas paragens de Santa Catarina e, para ser mais exato, na região da grande Florianópolis, há histórica confusão entre o que é público e privado. Mas, para certa parcela do poder público, é tudo privado e ponto final. As alegações seguem o manual padrão: desenvolvimento e geração de empregos. Como se na Ponta do Coral e nas comunidades próximas (Goulart e Lessa) não existisse uma grande comunidade trabalhando, sobrevivendo da pesca e preservando a área.
Esquecer a história, deixar de lutar, são questões que passam longe do ativismo apartidário desse Movimento. Assim, no vácuo do cancelamento da Maratona Cultural 2015, visando estender à ampla coletividade os motivos do ativismo, foi promovida a Maratona do Coral. Três dias de atividades artísticas (21, 22 e 23) e adesões ao abaixo-assinado que visa à criação do Parque das 03 Pontas. Do yoga às ervas medicinais, da poesia à defesa pessoal para mulheres, do teatro à música e a variadas oficinas, março entra para a história com desfile de artistas e engajamento amplo e consciente da sociedade florianopolitana.
Sobre a Ponta do Coral:
Na década de 1980, o então governador Jorge K. Bornhausem, transferiu às mãos particulares essa área nobre. Eis a primeira gravíssima irregularidade: o ato ocorre sem a aprovação da Assembleia Legislativa (algo absolutamente irregular). Era o início de uma série de ilegalidades. Assim, há 34 anos, surge o primeiro ato público denunciando os abusos daquele (des)governo.
Passadas três décadas, as mais recentes ilegalidades atingem dois órgãos – que deveriam zelar pela gestão ética, correta e democrática: a prefeitura – na figura de César Souza Júnior, e a FATMA.
O atual prefeito comete um crime administrativo ao desrespeitar o Plano Diretor. Um plano debatido exaustivamente pela sociedade, mas aprovado às pressas, com mais de seiscentas emendas (aglutinadas em bloco, sem as análises necessárias) e votado no sistema “golpe a toque de caixa”. Ainda assim, esse Plano absurdo foi aprovado pelo prefeito. Detalhe: durante a campanha eleitoral, César Souza Junior defendia a Ponta do Coral como área pública.
Importante: o Plano diretor prevê no máximo 06 andares. Absurdamente, o prefeito aprovou uma construção com 18 andares!
A FATMA, órgão fiscalizador que deveria nortear padrão de construções atendendo ao Plano Diretor e às legislações, simplesmente endossa essas duas ações inconstitucionais, tanto do governo do Estado, quanto do prefeito municipal. Torna-se, dessa forma, mais um órgão que parece legislar pela iniciativa privada, não pela legalidade, tampouco pelo coletivo.
Dessa forma, repudiando todas essas ilegalidades, o Movimento luta pela criação de um Parque Público, onde possam ocorrer mostras culturais, prática de esportes, lazer para as famílias. Um ponto de encontro democrático e saudável.
– Ponta do Coral – Onde fica? Ao lado do Koxixos!!!
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Foto: divulgação
Fonte: Movimento Ponta do Coral 100% Pública – Março de 2015