Por Carol Gómez.
Estudantes do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina ocuparam a escola durante a manhã desta terça-feira (8/11). A votação foi realizada na sexta-feira (4/11) e os encaminhamentos foram repassados em assembleia na manhã da última segunda-feira (7/11).
Hoje pela manhã os estudantes comunicaram formalmente a direção do Colégio e fecharam os acessos às salas de aula. Ficou definido que as atividades seguem normais para os anos iniciais até o sétimo ano, porém para os oitavos, nonos e Ensino Médio, as aulas foram paralisadas.
Em nota oficial, a diretora geral Josalba Ramalho informou à comunidade escolar a ocupação parcial do Colégio de Aplicação e pediu aos pais e responsáveis dos estudantes que acompanhem e orientem suas/seus filhas/os. Informou que a direção está em diálogo com a Defensoria Pública da União, que considera o movimento de ocupações uma forma de “viabilizar e veicular debate público sobre a formulação de políticas públicas associadas ao direito fundamental à educação”.
No início da tarde de hoje, um grupo de mães e pais contrário ao movimento esteve no colégio pressionando para que a ocupação não ocorresse. O Grêmio Estudantil do Colégio de Aplicação (GECA) promoveu uma reunião com mães, pais e professoras/es para explicar as razões da ocupação.
Construindo a ocupação
Há pelo menos um mês o GECA, junto às/aos alunas/os, vem promovendo votações e discussões sobre a possível ocupação. No dia 21 de outubro, cerca de 200 estudantes fizeram uma manifestação na UFSC contra a PEC 55 (antiga PEC 241), a reforma do Ensino Médio proposta pelo Governo de Michel Temer e contra o Programa Escola Sem Partido.
Em assembleias passadas, o Grêmio divulgou o planejamento de possíveis atividades para os estudantes, bem como as comissões responsáveis por cada assunto (segurança, alimentação, limpeza, etc). Entre os temas das oficinas estariam matemática básica, química básica, neoliberalismo, anarquismo, gênero e sexualidade, feminismo materialista, história da arte, revolução russa, revolução dos pinguins, entre outros.
Outras manifestações
Além dos estudantes do Colégio de Aplicação, um grupo de professoras/es, mães e pais, técnicos administrativos denominado Coletivo pela Educação e Liberdade se manifestou contra a PEC 55 (antiga PEC 241) e a reforma do Ensino Médio proposta pelo Governo de Michel Temer no dia 15 de outubro, Dia do Professor. O ato percorreu as principais ruas do centro de Florianópolis e reuniu cerca de 100 pessoas.
UFSC em mobilização
Desde segunda-feira (31/10), estudantes de psicologia transformaram a rotina do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC — elas/es ocuparam o hall do centro em protesto contra o novo regime fiscal proposto pelo governo de Michel Temer (PMDB) com a PEC 241, agora PEC 55 e tramitando no Senado Federal após aprovação pelos deputados.
Na quinta-feira (3/11), estudantes de Pedagogia e Educação no campo decidiram ocupar o Centro de Ciências da Educação (CED), em protesto ao novo regime fiscal proposto pelo governo de Michel Temer (PMDB) com a PEC 55, que está tramitando no Senado Federal, após aprovação pelos deputados, contra a MP (Medida Provisória) da reforma do ensino médio (MP 746) e contra o Projeto de Lei “Escola Sem Partido”.
No mesmo dia, mas pela noite, cerca de 560 estudantes do CFH da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)decidiram pela ocupação geral do centro, agora com paralisação das aulas.
Está prevista para o dia 10 de novembro uma assembleia geral para debater a possibilidade de ocupar a reitoria da UFSC.
Fonte: Maruim.