A Comissão Nacional da Verdade apresenta na próxima terça-feira, 29 de abril, em audiência pública no auditório do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, relatório preliminar de pesquisa sobre o atentado no Riocentro, ocorrido em 30 de abril de 1981, promovido por militares inconformados com os rumos da abertura política que vinha sendo promovida no país desde o final da década de 1970. O atentado no Riocentro não foi o único nesse período. Mais de 40 atentados a bomba foram realizados por grupos de extrema direita no Brasil entre setembro de 1979 e abril de 1981.
O objetivo do atentado era explodir bombas para causar pânico e mortes na população civil presente no Riocentro em 30 de abril de 1981, onde ocorria show de música popular brasileira, organizado por artistas e sindicatos em comemoração ao dia do trabalhador (1º de maio), e atribuir a responsabilidade pelo atentado a grupos armados de oposição à ditadura. Entretanto, uma das bombas trazidas pelo chefe da seção de operações do DOI do I Exército, capitão Wilson Machado, e pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário, explodiu no interior do Puma de Machado, ferindo gravemente o primeiro e matando o segundo na hora.
Parte da apresentação da CNV se baseia em documentos encontrados na residência do ex-chefe do DOI do Rio de Janeiro, coronel Júlio Miguel Molinas Dias, assassinado em 2012, em Porto Alegre. Os documentos foram apreendidos pela polícia civil gaúcha e a Comissão Nacional da Verdade recebeu cópia do acervo, em novembro de 2012, do governo do Rio Grande do Sul.
O material apreendido na casa de Molinas e entregue à CNV foi analisado pelo ex-membro da CNV Cláudio Fonteles, que produziu e divulgou um texto a respeito em maio de 2013. Acesse no link: http://www.cnv.gov.br/images/
Os documentos de Molinas sobre o caso Riocentro trazem anotações detalhadas sobre as atividades que ele, como comandante do DOI do Rio, desempenhou logo após o atentado. Na capa da documentação, Molinas informa que o relatório produzido por ele foi entregue ao coronel Leo Frederico Cinelli, chefe do serviço de informações do Estado Maior do 1º Exército, em 8 de maio de 1981, nove dias após a explosão da bomba.
A apuração da CNV também se baseia em outros processos que apuraram o caso, como dois Inquéritos Policiais Militares, realizados em 1981 e 1999, além de documentos produzidos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados em 1996 e depoimentos colhidos pelo Ministério Público Federal.
Agentes públicos foram convocados e testemunhas foram convidadas para prestar depoimento durante a audiência.
O relatório preliminar de pesquisa sobre o caso Riocentro é o sexto que a CNV divulga desde 18 de fevereiro deste ano. Os cinco primeiros abordaram os seguintes temas: Centros de Tortura em instalações militares, Caso Rubens Paiva, Casa da Morte de Petrópolis, Centros Clandestinos de Tortura e Caso JK. Acesse a íntegra dos relatórios já divulgados e os documentos relacionados em: http://www.cnv.gov.br/index.
CREDENCIAMENTO – As atividades realizadas pela CNV no Arquivo Nacional requerem credenciamento. Pedimos aos jornalistas que forem cobrir o evento que enviem e-mail para [email protected].
SERVIÇO
O quê: Audiência pública para apresentação de relatório preliminar sobre caso Riocentro
Quando: 29 de abril de 2014, terça-feira
Horário: 09h30
Local: Auditório do Arquivo Nacional, Praça da República, 173 – Centro, Rio de Janeiro
Transmissão ao vivo: www.cnv.gov.br/aovivo
Comissão Nacional da Verdade
Assessoria de Comunicação
Mais informações à imprensa: Marcelo Oliveira
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