A entidade de militares da reserva publicou uma nota fúnebre em que exalta os serviços prestados pelo ex-torturador do DOI-Codi e ressaltou a “admiração dos que tiveram o privilégio de com ele servir”
Redação.- Primeiro militar oficialmente reconhecido pela Justiça brasileira como “torturador”, o coronel reformado do Exército, Carlos Aberto Brilhante Ustra, ainda é admirado e tido como exemplo para muitos civis conservadores e outros militares da reserva. Comandante do extinto DOI-Codi – um dos principais órgãos de repressão da ditadura militar ao longo dos anos 70, onde foram torturadas mais de 500 pessoas e assassinadas outras 50 -, Ustra faleceu em decorrência de um câncer na semana passada e foi homenageado pelo Clube Militar.
“Ao longo de sua vida militar, o Cel Ustra teve que enfrentar difíceis situações, num período conturbado para o Brasil e para seu Exército. Oficial cônscio de seus deveres, sempre cumpriu as missões recebidas com o máximo de dedicação e proficiência, conquistando o respeito e a admiração dos que tiveram o privilégio de com ele servir. Lamentando o falecimento do distinto associado, o Clube Militar registra suas sentidas condolências à família enlutada”, diz a nota fúnebre publicada no site da entidade.
Ustra estava com 83 anos e sempre negou qualquer acusação. Em algumas ocasiões, no entanto, admitiu “excessos”. Ele já foi citado em inúmeros depoimentos de ex-presos e ex-agentes e já chegou a admitir, inclusive, que utilizava o codinome “Dr. Tibiriçá” – constantemente relatado por vítimas.
Foto: CNV.
Fonte: Revista Fórum.