Clima info. Entre 1993 e 2022, eventos climáticos extremos, como tempestades, inundações, secas, ondas de calor e incêndios florestais, causaram a morte de quase 800 mil pessoas em todo o mundo. Além das vidas perdidas, esses desastres geraram perdas econômicas impressionantes, totalizando US$ 4,2 trilhões, ajustados pela inflação. Os dados são do Índice de Risco Climático, elaborado pela ONG Germanwatch, que classifica os países com base nos impactos humanos e econômicos desses eventos. O ranking coloca na liderança os países mais afetados, como Dominica, China e Honduras em 2025, segundo informações da DW e da Folha.
Ao longo dos 30 anos analisados, o mundo registrou mais de 9.400 desastres climáticos, com impactos particularmente graves nas nações mais pobres e vulneráveis do Sul Global. Esses países, que historicamente contribuíram menos para as mudanças climáticas, enfrentam desafios econômicos, sociais e ambientais agravados pelo legado colonial, conforme destacado pelo Um só planeta.
No caso do Brasil, o relatório aponta que os eventos climáticos extremos resultaram em 137 mil mortes e perdas superiores a R$ 10 bilhões no período. Entre os eventos recentes destacados estão os incêndios devastadores na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado em 2024, além das chuvas torrenciais e enchentes, intensificadas pelas mudanças climáticas e pela falta de medidas preventivas. Esses desastres desalojaram cerca de 1 milhão de pessoas e causaram 251 mortes, a maioria no Rio Grande do Sul.
Embora o Sul Global seja o mais afetado, o Top 10 do índice também inclui países de alta renda, como Itália, Grécia e Espanha. Em 2022, esses países subiram no ranking principalmente devido às intensas ondas de calor que assolaram a região.
O relatório enfatiza que todos os países precisam melhorar suas estratégias de adaptação e resposta aos eventos climáticos extremos. No entanto, a adaptação por si só não é suficiente. É essencial um esforço global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e manter o aquecimento global o mais próximo possível do limite de 1,5°C, estabelecido no Acordo de Paris.
Além de ser uma emergência ambiental, a crise climática, impulsionada principalmente pela queima de combustíveis fósseis, está se tornando uma questão de segurança global. O documento alerta que, sem ações concretas, os custos humanos e econômicos se tornarão insustentáveis. Por isso, o tema deve ser tratado com a devida seriedade na COP30, reforçando a urgência de medidas eficazes para combater as mudanças climáticas e proteger o futuro do planeta.
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