Uma cozinheira de 43 anos relata ter sido alvo de racismo em uma loja da C&A, na rua 24 de maio, em São Paulo. O caso ocorreu no último sábado (2). A vítima, Charlete Viana Santos, foi acusada por seguranças da loja de tentar roubar uma peça de roupa. No entanto, ela tinha o comprovante de pagamento em mãos.
Charlete foi perseguida por funcionários do local e a PM (Polícia Militar) foi acionada. A mulher não percebeu que a peça ainda estava com o lacre de segurança e o alarme da unidade apitou. O erro teria sido cometido pela funcionária do caixa. Após sair da loja, a cozinheira foi abordada por uma segurança da empresa que exigiu que ela voltasse ao local para ter sua bolsa revistada.
Em nota (confira na íntegra abaixo), a C&A repudiou o caso e afirmou que está “realizando uma apuração minuciosa para que possamos tomar as medidas necessárias. A empresa não se eximirá de sua responsabilidade”.
O caso foi reportado pelo portal Jornalistas Livres. Em conversa com a reportagem, em uma transmissão ao vivo (veja abaixo), Charlete contou que foi até a loja colocar créditos no celular da filha, quando decidiu comprar a peça em promoção por R$ 19,90.
“Vim colocar um crédito para minha filha e vi a blusa em promoção e comprei. De repente, eu saí, estava indo trabalhar, e fui abordada sendo acusada de roubo”, disse Charlete. “Moça, volta comigo, o alarme tocou e sua bolsa será revistada”, segundo a vítima, essas seriam as palavras proferidas pela segurança da loja.
“Falaram que iam me levar para fazer boletim, mas eu disse que não sairia daqui sem esperar meus familiares. Não tem como não ficar apavorado e nervosa com a consciência que pagou pela mercadoria e ser acusada de roubo”, afirma Charlete.
A cozinheira chorou ao ser abordada pelos seguranças na porta da loja. “Minhas lágrimas não é porque sou frágil e fraquinha, eu sou raçuda, sou guerreira. Minhas lágrimas são pela indignação e a vergonha que eu fiquei. As pessoas me olhando como se eu realmente tivesse roubado. Não sou ladrona, sou cidadã e trabalho”, diz.
Policiais foram acionados e atenderam a ocorrência no local. Charlete se recusou a ir com os militares até a 2ª Delegacia de Polícia, na viatura. Ele foi acompanhada dos familiares em um táxi.
No entanto, segundo o site Universa, da Uol, a ocorrência não foi registrada na delegacia, pois Charlete teria sido desencorajada, já que a delegacia estava cheia. No entanto, Charlete afirmou que acionará a C&A na Justiça.
Nota da C&A
“A empresa não tolera qualquer tipo de discriminação e preconceito. Sentimos muito pelo ocorrido e estamos em contato com a cliente para entendermos sua perspectiva. Em paralelo estamos realizando uma apuração minuciosa para que possamos tomar as medidas necessárias. A empresa não se eximirá de sua responsabilidade. O respeito às pessoas e à diversidade faz parte dos nossos valores e, por isso, realizamos frequentemente treinamentos com nossos funcionários para um atendimento adequado a todos os clientes”.