Delatado em depoimentos de executivos da Andrade Gutierrez, o presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), conselheiro Jonas Lopes de Carvalho, se licenciou do cargo por três meses. De acordo com publicação no Diário Oficial do órgão. a licença começará a contar a partir do dia 6 de março, na volta do recesso da corte.
Segundo os delatores, Jonas Lopes foi um dos favorecidos pelo esquema de pagamentos paralelos nas grandes obras do governo fluminense, revelado pela Operação Calicute, que prendeu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e outras sete pessoas. Um dos operadores investigados seria Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, que teria a função de fazer a ligação do órgão com as empreiteiras.
Há 15 dias o presidente do TCE do Rio foi levado para depoimento em um operação da Polícia Federal denominada ‘Descontrole’. Segundo a PF, a operação investiga crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O filho do presidente do TCE, Jonas Lopes Neto, e Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, apontado como operador de Lopes, também foram levados a depor. As três conduções coercitivas foram determinadas pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Felix Fischer.
Ainda de acordo com as delações, para não serem incomodadas pelo TCE, as empreiteiras pagavam uma caixinha de 1% do valor dos contratos, supostamente repartida entre conselheiros, afirmaram os delatores da investigação. Uma das obras seria a construção do Maracanã. Em julho, o TCE bloqueou R$ 198 milhões em créditos vigentes para as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez referentes à reforma do estádio.