Por Leandro Cruz.
É só pegar a linha Esmeralda do trem e ter paciência. Ou então, basta seguir sempre em direção ao Sul até esse distrito paulistano onde o céu ainda é azul, as pessoas andam de bicicleta, a comunidade se une para fazer poesia, teatro, dança, educação e também para cuidar do ambiente. Isso inclui artistas instalando lixeiras-esculturas (uma mais bonita que a outra) às margens da represa Billings, incentivando a coleta seletiva e cuidando da qualidade da água que boa parte dos habitantes da Região Metropolitana bebe.
Apesar de todos os problemas que o bairro enfrenta, desses comuns a toda periferia, o Grajaú — berço do rapper Criolo e tantos outros poetas — tem melhorado nas últimas décadas, sobretudo por um crescente sentimento de comunidade. O CAPS (Centro de Artes e Promoção Social) é sem dúvida um importante ator nesse processo.
Essa aventura poético-social começou em meados dos anos 80, quando dona Maria Vilani, professora da rede estadual e escritora convidou para se reunirem em sua casa outras pessoas interessadas em realizar algo pela comunidade. Primeiro veio a creche para os filhos e filhas de quem tinha que trabalhar; e também as oficinas de artesanato para gerar renda para quem estava sem trabalho. Simultaneamente, começaram os encontros de poesia, o grupo circense e o de teatro. Talentos dos mais diversos eram despertados no Grajaú.
Nos anos 90. o CAPS se institucionaliza, adota edital e registro. Mas isso não muda o abandono e falta de apoio do poder público. Com trabalho voluntário e muito amor, os projetos por vezes sofriam pausas forçadas por falta de recurso e estrutura, mas os fazedores de arte do Grajaú jamais desistiram ou encerraram por completo suas atividades. Hoje o Centro de Artes tem biblioteca, produtora de áudio e vídeo, núcleos de pesquisa, projetos de inclusão digital e muitas outras frentes de atuação. O Centro também promove o diálogo e o pensar conjunto, com atividades como o Café Filosófico.
Quem deseja saber mais sobre o Centro de Artes do Grajaú pode acessar o endereço eletrônico www.caps.art.br ou aparecer pessoalmente na Casa de Cultura Palhaço Carequinha, Na Oscar Barreto Filho 350 onde acontecem a maior parte das atividades do coletivo.
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* Leandro Cruz é poeta, jornalista, historiador, colunista do Jornal do Povo (RS) e editor do blog Viagem no Tempo www.viagemnotempo.com.br
http://rede.outraspalavras.net/pontodecultura/2012/09/03/grajau/
Grandes idéias, tomara que dê sempre certo