O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) fará nesta quinta-feira (27/9) o lançamento do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2017. O evento acontecerá às 14h30, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, e contará com a presença de lideranças dos povos Karipuna e Akroá-Gamella.
Publicado anualmente, o relatório é o principal instrumento de denúncia do Cimi, tanto no Brasil como no exterior, sobre a perversa realidade vivida diariamente por estes povos no país. A publicação apresenta dados sobre diferentes aspectos de violências e violações de direitos praticadas, tanto físicas, como assassinato, ameaça de morte, homicídio culposo e violência sexual, como simbólicas, que são os casos de racismo, discriminação e abuso de poder.
São sistematizados também dados de violências contra o patrimônio dos povos, como a omissão e morosidade na demarcação das terras indígenas, a invasão possessória e a exploração ilegal de recursos naturais, e informações referentes à omissão do poder público na desassistência à saúde e educação indígena, mortalidade infantil e suicídio. Artigos escritos por indigenistas e antropólogos contextualizam e analisam estes dados.
A dramática existência dos povos indígenas isolados (que evitam contato com a sociedade não indígena) foi tema de um artigo específico. Também receberam atenção especial o povo Akroá-Gamella, do Maranhão, que sofreu um violento ataque devido à sua resiliência em lutar pelo território tradicional e o povo Karipuna, cujas terras estão sendo drasticamente desmatadas, griladas e loteadas em Rondônia. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), está “em curso um eminente processo de genocídio deste povo”.
Além de André Karipuna e uma liderança indígena do povo Akroá-Gamella, também compõem a mesa do evento de lançamento do relatório o presidente do Cimi Dom Roque Paloschi, os organizadores da publicação, Lúcia Rangel e Roberto Liebgott, o secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto e o Subsecretário Adjunto Geral da CNBB, padre Antônio Silva da Paixão – o padre Nequinho.
No mesmo evento, também ocorrerá o lançamento da publicação “Congresso Anti-Indígena: Os parlamentares que mais atuaram contra os direitos indígenas”. A publicação, organizada pelo Cimi, apresenta um levantamento sobre os 50 principais parlamentares com atuação anti-indígena no Senado e na Câmara Federal, além de trazer uma lista dos principais projetos que ameaçam os direitos indígenas no país e artigos analisando a conjuntura política.
Ainda, na quinta-feira, será divulgada a atualização da plataforma Caci –Cartografia de Ataques Contra Indígenas, um mapa digital dos assassinatos de indígenas no Brasil.
Serviço
O que – Lançamento do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2017
Quando – Dia 27 de setembro, às 14h30
Onde – Sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Setor de Grandes Áreas Norte (SGAN), quadra 905, Bloco C (próximo ao autódromo) CEP 70297-400 – Asa Norte, Brasília – DF Telefone 61 2103-8300
Quando um grupo de índios, mantem profissionais da saude, que lhes foram prestar atendimento. Isso não é uma violência, contra os trabalhadores, que form levar benefícios a eles, os indígenas. Mas infelizmente o CIMI, só enxerga a violência, quando vindo do outro lado. Parcialidade é muito feio.