Por Eduardo Maretti.
O embate estabelecido no interior da polarização entre PT e PSDB, junto com as forças que promovem a manifestação do próximo domingo (13), representa uma divisão da sociedade, e as pessoas que pretendem sair às ruas devem ter consciência de que o momento político do país exige cautela.
O alerta é da cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos. “Estou preocupada com esse dia 13, por conta de violência e possibilidades de confronto. Podemos ter daqui para o dia 13 algo que fuja ao controle”, diz.
Ela afirma esperar que os manifestantes expressem democraticamente suas convicções, sejam quais forem suas tendências no espectro político. “Qualquer coisa pode ser um estopim. Sempre há os setores que querem se aproveitar de alguma forma criando fatos que levem a um nível de violência, e não é o que se espera.”
Para a professora, ao contrário do que se poderia esperar depois da série de ataques sofridos pelo PT, pelo governo Dilma Rousseff e por Lula, há um dado surpreendente no atual cenário. “Esse dado é que o PT e Lula não estão mortos. As informações mostram que eles conseguiram adesões nas últimas semanas. Não é um filiado igual ao da década de 1980, mas por que as pessoas estão se filiando ao PT? O próprio Lula, embora tenham se criado todos esses fatos para incriminá-lo, se saiu muito fortalecido. Quanto mais fatos venham reforçar as acusações contra ele, mais se reduz seu capital político até as eleições de 2018. Mas, por enquanto, o quadro é de fortalecimento.”
Segundo pesquisa divulgada no domingo pelo Vox Populi, 56% de 15 mil entrevistados não concordaram com a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato e 43% desaprovaram a conduta do juiz Sérgio Moro, enquanto 34% aprovaram.
De acordo com o economista Marcio Pochmann, em artigo publicado na RBA no mesmo dia, apenas na sexta-feira (4) “houve atos de solidariedade e luta contra o arbítrio das forças do atraso em quase 1.500 mil cidades do país e a participação de cerca de 500 mil pessoas, bem como a adesão de cerca de 2 mil novas filiações ao Partido dos Trabalhadores, sobretudo de jovens”.
Fonte: RBA