Chuvas intensas ameaçam Casa de Chico Mendes, patrimônio histórico do Brasil

Lar do líder seringueiro está em fase final de reformas e já teve que ser fechado após enchente histórica em 2015

Chico Mendes em sua casa, que hoje funciona como museu – Divulgação/Agência Senado. Foto: Divulgação/Agência Senado

Por Murilo Pajolla, para Brasil de Fato.

O imóvel onde o líder seringueiro mais importante do país viveu e foi assassinado, em Xapuri (AC), está ameaçado pelas fortes chuvas que atingem a região Norte. A Casa de Chico Mendes, patrimônio histórico tombado, corre o risco de ser danificada por alagamento pela segunda vez em oito anos.

Imagens enviadas ao Brasil de Fato por Ângela Mendes, ativista socioambiental e filha de Chico, mostram que a enxurrada já invadiu cômodos de alvenaria nos fundos do terreno. O nível da água está a poucos centímetros do assoalho da casa principal, que é de madeira.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) voltou a emitir um aviso de chuvas intensas previstas para esta quarta-feira (29) no Acre. Em poucos dias choveu mais do que o esperado para todo o mês de março no estado. Segundo o governo estadual, 40 mil pessoas foram atingidas e cerca de 5 mil estão desabrigadas ou desalojadas.

“Espero que a chuva prevista para cair não passe do nível da água que já está. Depois de uma longa batalha pela reabertura da casa, ela finalmente foi reformada. E agora pode estar saindo da reforma direto para o alagamento”, lamentou Ângela Mendes.

Com móveis e objetos originais de Chico Mendes, a casa virou símbolo da luta socioambiental no Brasil. Uma das paredes ainda guarda marcas de sangue do seringueiro, morto em 22 de dezembro de 1988.

Imóvel já teve que ser fechado por causa de enchente

Construída em 1960, a Casa de Chico Mendes funciona como museu e é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O local foi fechado para visitação em 2018 porque precisava de obras de revitalização. No final do ano passado, o Iphan licitou a reforma, que está em fase de conclusão.

A residência já passou por uma enchente em 2015, quando ficou parcialmente submersa, e teve que ser fechada. As visitas foram retomadas em junho de 2017, mas interrompidas novamente em 2018.

Brasil de Fato pediu posicionamento ao Iphan. O texto será atualizado quando houver resposta.

Edição: Thalita Pires

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