O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, anunciou que Pequim vai manter relações comerciais com a Venezuela, apesar das sanções unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos ao país governado por Nicolás Maduro.
A declaração foi dada após Eliott Abrams, enviado especial da Casa Branca, declarar que Washington está tomando medidas para convencer os chineses a desistir da cooperação com a Venezuela, baseada majoritariamente na importação de petróleo.
Ao rebater o estadunidense, o porta-voz chinês fez questão de ressaltar que a China oferecerá apoio irrestrito à soberania venezuelana e à legitimidade do governo de Maduro.
“[Vamos] permitir que os Estados Unidos fiquem cientes dos fatos, parem de abusar de sanções e outras medidas coercitivas e trabalhem com todas as partes para encontrar uma solução política para o problema venezuelano […] A cooperação entre China e Venezuela continuará a se desenvolver”, disse.
Geng enfatizou que a China mantém relações internacionais baseadas em princípios da Carta das Nações Unidas, que favorecem negociações estabelecidas pelo diálogo pacífico e racional, sem admitir sanções arbitrárias que garantam interesses exclusivos de potências mundiais.
Além disso, o representante chinês também se posicionou contrário à interferências dos Estados Unidos no caso da companhia petroleira russa Rosneft Trading, subsidiária da Rosneft, outro alvo de sanções unilaterais dos norte-americanos.
“Somos contra qualquer interferência nos assuntos internos de outros países, assim como somos contra sanções unilaterais e jurisdição extraterritorial”.
Sanções
Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas totais contra o governo da Venezuela em agosto do ano passado. A ordem foi assinada pelo presidente Donald Trump.
Com a medida, todos os bens ligados ao presidente Nicolás Maduro ficaram congelados e todas as transações com o governo venezuelano foram proibidas, a menos que sejam especificamente isentas.
A medida pôs a Venezuela ao lado de Cuba, Coreia do Norte, Irã e Síria, os únicos países a sofrerem restrições semelhantes por parte dos EUA na atualidade.
Edição: Douglas Matos