Imagens impressionantes de dois menores mapuches feridos por policiais do Chile durante uma operação de despejo a uma comunidade de Araucanía chocaram a opinião pública, nesta quarta-feira (25).
A denúncia foi realizada pelo portal mapuche Werken.cl, que mostrou várias lesões causadas por tiros à duas crianças quando reuniam informação sobre o estado de várias pessoas detidas.
O porta-voz da comunidade Temucuicui, Mijael Carbone, denunciou que a polícia disparou a poucos metros de distância sem levar em consideração que havia idosos, mulheres e crianças.Foi informado que entre os detidos havia outras três menores que também ficaram feridas.
Para o sacerdote jesuíta Pablo Castro, esses fatos são graves e vergonhosos. Adiantou que há muito tempo ocorrem e que tem sido denunciados por organizações de direitos humanos.
O prelado criticou também os resultados da “cúpula da segurança” do governo chileno celebrada na última terça-feira (24) e que decidiu reforçar o envio de policiais à Araucanía, principal assentamento de comunidades mapuche no país.
Colonização
Dá a impressão de que estamos voltando à época da colonização, da “pacificação da Araucanía”, como eram chamados neste país, levando cada vez mais força policial.
“Não se pode focar se uma ou outra pessoa cometeu um ato de violência, tem que apontar para a situação das comunidades em seu conjunto porque para o povo mapuche há uma dívida histórica muito complexa e ninguém quer olhar”, disse à Rádio Cooperativa do Chile.