O único meio de acessar o passado de nossa região é por meio de vestígios deixados por quem já viveu aqui muitos anos atrás. Eles contam a história de sociedades antigas e ainda contribuem para reconstituir o ambiente, as paisagens e o clima da época. Por isso, o Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom) da Unochapecó em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está atualizando dados previamente coletados sobre a localização e o estado de preservação dos sítios arqueológicos das Regiões Oeste e Planalto de Santa Catarina. A segunda etapa do Projeto de Recadastramento segue até julho deste ano.
Nesta fase, a equipe visita os municípios de Águas de Chapecó, Caibi, Caxambu do Sul, Cunha Porã, Itapiranga, Mondaí, Palmitos, Pinhalzinho, São Carlos, Saudades, Barra Bonita, Dionísio Cerqueira e São João do Oeste. Nesses municípios estão registrados mais de 150 sítios arqueológicos. Um deles é o ACH-LP-07, localizado em Águas de Chapecó. Ele registra a presença mais antiga do homem em Santa Catarina, que ocorreu há 11.700 anos.
Outro local importante é a região de Itapiranga, que foi alvo de pesquisa realizada pelo padre jesuíta João Alfredo Rohr, em 1966. Ele registrou 53 sítios arqueológicos a pedido da então Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Iphan. Com isso, João revelou pela primeira vez a importância e a riqueza do patrimônio arqueológico da região do alto Uruguai.
Para a coordenadora do Ceom e do projeto, professora Mirian Carbonera, as atividades de campo revelam que a conservação dos sítios está bastante comprometida. “Ainda está faltando conscientização sobre a importância desses locais, pois muitas pessoas não valorizam este patrimônio e não contribuem para sua preservação”, completa.