“QUANDO FOREM PUBLICAR ALGUMA COISA, PARAR COM ESSE DISCURSO ESQUERDISTA. SE VOCÊS ACHAM QUE NÃO ESTÁ BOM ASSIM VÃO PRA CUBA, LÁ TEM DISCURSO PRA VOCÊS. A liberdade aqui é seguir à risca O LULISMO, O CHAVISMO, MADURISMO, AQUELE QUE GRAÇAS A DEUS FOI EMBORA DE CUBA, QUE NEM QUERO LEMBRAR O NOME DAQUELE CARA…tem que seguir esse tipo de exemplo? “. – Vereador Everaldo Di Berti (PSD), à esquerda na foto.
A Frente Brasil Popular – Região Extremo-oeste do Estado de Santa Catarina, vem à público manifestar seu repúdio quanto as falas de vereadores de São Miguel do Oeste/SC, que na sessão da última terça-feira, dia 19 de setembro de 2017, colocaram para votação a moção de apelo de número 0054/2017 que trata de censurar as manifestações populares feitas no dia sete de setembro pelo Grito dos/as excluídos/as, quando cartazes e faixas foram evidenciados durante a marcha, com base na arte do Estêncil, a mesma, é originária da China, e surgiu junto à invenção do papel, no século 105 d.C.
A frase “Política Prostituta” foi escrita em uma das faixas. A palavra prostituta sempre foi utilizada na história como uma “troca de serviços” onde inclusive existe exploração, desvalorização, apropriação do corpo das mulheres para satisfazer os desejos masculinos. Em toda história também a palavra “prostituta” é mencionada para ás mulheres, jamais um homem foi chamado de “prostituto” em razão do termo ser “pesado e pejorativo” aos olhos da sociedade patriarcal e machista. A frase em questão, “política prostituta” foi elaborada a partir desse viés, de enfrentamento inclusive ao uso do termo que incomoda esses homens subservientes, que hoje estão no poder e se vendem para a política do capital, da exploração, da intransigência. Respeita-se sobretudo a profissão das mulheres que trabalham em casas noturnas ou mesmo nas ruas, um trabalho que afronta o conservadorismo histórico.
A punição para uma ação popular nas ruas, que denuncia a venda do território, das águas, dos recursos que estão contidos na Amazônia é legítima. Repudiamos sim o governo imposto e representado por Michel Temer bem como todos os seus aliados e sócios que desejam que trabalhadores e trabalhadoras não se aposentem e que tenham que viver em ambientes de trabalho colocando em risco sua saúde e dignidade enquanto seus protegidos roubam malas de dinheiro, saem do país e tem uma vida de luxo e regalias.
A luta pelos direitos das mulheres, dos homens, da comunidade LGBT, dos indígenas, imigrantes, camponeses/as, operários/as está fundamentada num sonho de construir uma sociedade onde o respeito pelas diferenças e pela liberdade seja a linha condutora de todo processo social, político, econômico, cultural. Se os anseios dos vereadores que moveram essa moção sejam de punir através da “justiça” quem faz luta em defesa da vida, que encaminhem essa ação e digam para toda a sociedade: De que lado realmente vocês estão? Onde podemos encontrar as “pichações” que degradam o patrimônio público? Onde estão as contas do governo “transparência” que apontam gastos com esses “vândalos” que lutam por justiça e soberania?
Os recursos de emendas parlamentares nada mais são do que um direito que a sociedade possui em receber de volta tudo aquilo que ela paga mensalmente em impostos e outras contas. É dever de cada vereador eleito trazer esses recursos para aplicar em obras, em melhorias, em ações que beneficiem a comunidade. Não se pode vangloriar por uma ação que nada mais é do que uma tarefa já que estes foram eleitos para trabalhar em pról do povo. Não para ser a voz do povo porque o povo possui a sua voz.
“Portal Desacato Fica em São Miguel do Oeste”!
A frase acima foi mencionada pela Vereadora Maria Tereza Capra (PT) após a manifestação dos vereadores Everaldo Di Berti (PSD) e José Elias Araújo do Rosário (PSD). Os termos utilizados pelos vereadores buscam censurar o Portal Desacato – A mídia dos Trabalhadores/as que há 10 anos possui atuação diária no Brasil e em países como República Dominicana, Honduras, México, Argentina e Venezuela, com colaboradores ainda no País Basco, Espanha, Itália, Inglaterra, Chile, Peru, Colômbia, Palestina, Portugal. Há três anos o Portal está presente no Oeste Catarinense denunciando as injustiças e principalmente mostrando as lutas e as conquistas das comunidades, organizações, sindicatos, movimentos e pastorais sociais. A tarefa do Portal Desacato é informar e dar visibilidade às causas sociais e culturais.
Por isso, a Frente Brasil Popular repudia também o ataque aos representantes do Portal Desacato que estiveram fazendo a cobertura durante a sessão na Câmara de Vereadores na terça-feira, sobre a luta dos servidores públicos municipais em estado de greve.
Abaixo, você leitor/a acompanha a fala dos vereadores que atacaram o trabalho do Portal Desacato e também, de quem fez a defesa do mesmo:
“Queremos aproveitar a presença do Portal Desacato, grande fã nosso está presente, onde tem meia dúzia de esquerdistas recalcados, que ficam aí falando dos vereadores que vão buscar recursos, publiquem aí as coisas boas que nós fizemos, porque só publicar as coisas que vocês acham que é ruim para nós. É ruim para vocês, mas tenho certeza que para a maioria da população não é ruim não”. – Everaldo Di Berti (PSD).
“Eu concordo com meu colega nessa moção ao prefeito e na verdade deveria ser um repúdio, repúdio ao que aconteceu porque nós estamos aqui numa missão muito clara que é trabalhar, ser a voz da população e trabalhar para a população e eu não tô nem aí se uma meia dúzia, se um grupo se acha incomodado pelo fato de um vereador cumprir o seu papel, se deslocar até uma capital, buscar recursos. Doa a quem doer, se está incomodado, tem cidades bem próximas aqui que é asfaltada, pega sua mala e vai pra lá, porque aqui nós continuaremos trabalhando, somos pessoas do bem, nossos endereços são fáceis de serem encontrados, ninguém bate à nossa porta para fazer cobranças porque nós somos pessoas do bem. Pode ser que não todos, mas a maioria absoluta. Então esse é meu recado, pena que vocês não se aproximaram mais pra focar no que estou dizendo, porque deveriam como meu colega falou, divulgar mais coisas boas. Uma coisa que eu queria até falar, fugindo um pouco disso aqui, me permita Presidente. Estava na cultura e…eu não vi esse Portal divulgar praticamente nada de bom que a cultura fazia. Mas para que serve, só para falar mal? Seria isso presidente”. – José Elias Araújo do Rosário (PSD).
“Algumas coisas a gente têm que se segurar para não refletir lá na frente. Mas cadê nossa liberdade de poder se posicionar? Não podemos. Infelizmente é por isso que não concordo com algumas atitudes da esquerda, vocês acham que vocês sempre estão com a razão, ninguém pode se manifestar, vocês vão lá, fazem pichações, levam faixas e cartazes contra o governo, aí porque a gente vai atrás de recurso nós somos tachados de algumas coisas que eu tenho certeza que não deveríamos estar escutando. Então não existe liberdade em nosso país. A liberdade aqui é seguir à risca O LULISMO, O CHAVISMO, MADURISMO, AQUELE QUE GRAÇAS A DEUS FOI EMBORA DE CUBA, QUE NEM QUERO LEMBRAR O NOME DAQUELE CARA…tem que seguir esse tipo de exemplo? Não é isso que eu quero deixar para minha família, para meus filhos, quero ter a liberdade de expressão como vocês também que se dizem “amantes da pátria” que estão aí brigando por democracia, se vocês têm o direito de se manifestar nós também temos”. – Everaldo Di Berti (PSD).
“Não existe liberdade e nem democracia em nosso país, temos que seguir uma meia dúzia de fanáticos que ainda não caíram na realidade e o tempo já passou, ficaram no governo, fizeram um monte de asneiras, destruíram o país, os empresários sabem do que estou falando, o país hoje está num caus, não é um acontecimento dos últimos seis meses, a roubalheira vem de 13, 15 anos atrás. É melhor vocês refletirem um pouco mais QUANDO FOREM PUBLICAR ALGUMA COISA, PARAR COM ESSE DISCURSO ESQUERDISTA. SE VOCÊS ACHAM QUE NÃO ESTÁ BOM ASSIM VÃO PRA CUBA, LÁ TEM DISCURSO PRA VOCÊS”. – Everaldo Di Berti (PSD).
“Quero aqui manifestar meu repúdio a forma como o desfile cívico militar de 2017 foi organizado. Diante da moção de apelo aprovado aqui contra as manifestações populares quero justificar meu voto contrário. Vivemos um momento muito difícil. Vimos uma exposição em Porto Alegre sendo censurada. Vivemos num país livre. A censura acabou ou pelo menos teria acabado. Ninguém pode falar nada? Todo mundo tem que achar tudo muito bonito? Chegar ao ponto de ter que reprogramar os cérebros para dizer “São Miguel, ame-o ou deixe-o”, “Vão embora daqui se não concordam”? -“enquanto nós homens de bem estamos fazendo nosso trabalho”. Eu digo: FORA MÍDIA GOLPISTA! É isso que eu digo, uma mídia que se deita junto com quem se vende ao poder, com quem vende os direitos dos brasileiros. Esse é o futuro que queremos? Nós precisamos nos defender com ações e não mandando os outros embora. Ser representante do povo e mandar o povo embora da cidade porque não concordam com nós NÃO, isso não. Ninguém mandou o povo que pintou “Fora Dilma embora”. – Maria Tereza Capra (PT).
Quem já teve que desfilar depois da bosta dos cavalos, sabe do que estou falando. Isso aconteceu porque a sociedade que se dizia dona do município não autorizou os jovens se manifestarem. Quando os senhores/as foram debaixo da área coberta da praça e escreveram e deixaram lixo no chão não teve um que se levantou para dizer que era para ir lá limpar. A política se é prostituta não é culpa de quem acusa. Professores foram obrigados a assinar documento que não se manifestariam, nós temos prova, o sindicato tem provas. Pois então que acabem com o desfile, chamem as forças armardas e quem quiser que defenda as forças armadas. E aos colegas do Portal Desacato, FIQUEM EM SÃO MIGUEL, ESSE É MEU PEDIDO. A IMPRENSA QUANTO MENOS GOLPISTA MELHOR. – Maria Tereza Capra (PT).