Manifestação mobiliza multidão contra a política de austeridade do governo belga. Foto: Laurent Dubrule/Epa/Lusa
Na quarta-feira (07/10), cem mil pessoas marcharam na capital da Bélgica contra a política de austeridade do governo conservador de Charles Michel.
A frente comum sindical, que envolve as centrais FGTB, CSC e CGSLB, convocou a manifestação para assinalar um ano de duração deste governo, que tomou posse em 11 de outubro de 2014. O protesto tinha como lema principal “Para nós apenas migalhas” e criticava o aumento da desigualdade social e o agravamento do fosso entre ricos e pobres.
A CSC, por exemplo, salienta que este ano de governo Michel foi “muito lucrativo” para os ricos e as grandes empresas e foi um “ano negro” para a grande maioria da população, “trabalhadores, pensionistas, doentes, desempregados, mulheres e jovens”.
A manifestação contestava o aumento da idade da reforma para os 66 anos em 2025 e para os 67 em 2030. Os trabalhadores contestam também o aumento do IVA de 6% para 21% na eletricidade, assim como a intenção governamental de aumentar o imposto sobre o consumo no gasóleo, tabaco, álcool e refrigerantes.
Medidas alternativas à austeridade
A frente comum sindical apresentou um conjunto de medidas alternativas às do governo, em relação a emprego, poder de compra, pensões, fiscalidade e segurança social. Os sindicatos propuseram, nomeadamente, o “respeito pela indexação automática de salários e prestações sociais e pela liberdade de negociação”, “o restabelecimento da idade da reforma aos 65 anos” e uma “contribuição mais importante dos rendimentos do capital e dos rendimentos imobiliários em vez do aumento dos impostos sobre o consumo”.
A manifestação foi acompanhada por uma greve que afetou principalmente os transportes públicos e as escolas, em todo o país.
Para sexta-feira, está convocada uma greve ferroviária.
O protesto foi ainda marcado por alguns incidentes entre grupos de manifestantes e a polícia no final da manifestação.
Fonte: Esquerda.Net e DMTemDebate.