No dia 19 de dezembro, uma equipe do Corpo de Bombeiros foi chamada para conter 12 mil litros de óleo que havia vazado de uma subestação já desativada da Celesc, no bairro da Tapera, em Florianópolis. A partir de então, autoridades da Fatma foram chamadas, assim como a própria Celesc e a UFSC, a quem o terreno supostamente pertence, para tomarem conhecimento do caso e apresentarem medidas de contenção do óleo, que já atingia o solo, o lençol freático e também o mangue, colocando em risco a produção local de mariscos.
De acordo com a Celesc, o óleo era usado para resfriar os transformadores de energia e não possui alta toxidade. Todavia, após análise feita, o material mostrou conter ascarel, uma substância altamente cancerígena e prejudicial ao meio ambiente. Para evitar que o óleo se espalhasse ainda mais, a Celesc contratou uma empresa para retirar o óleo do córrego e se comprometeu a tomar as devidas medidas para dar destino final ao produto. As caixas de água que armazenam o óleo estão, porém, sem fiscalização e acessíveis a qualquer um que entre na antiga subestação, além do perigo de uma enxurrada levar novamente o produto ao córrego.
Outro impasse está em definir de quem é a responsabilidade pelo vazamento. Isso porque a área atingida pertencia à Celesc, onde há um antigo centro de treinamento, mas está sendo gradualmente cedida à UFSC devido a um projeto de ampliação do aeroporto Hercílio Luz. O procurador da Universidade, Cesar Azambuja, afirmou que como o acordo ainda não foi efetivado, a responsabilidade é da Celesc. A empresa estatal recebeu no dia 21 de janeiro a multa de R$ 50 milhões pelo vazamento, além de uma multa diária de R$ 50 mil, aplicada no dia 21 de dezembro, também pela contaminação. Pablo Cupani, diretor assistente de distribuição da Celesc, afirmou que o óleo foi contido no dia 27 de dezembro e só não foi descartado ainda porque a Polícia Federal isolou a área.
Os Bombeiros acreditam que o vazamento foi provocado por vândalos que entraram no local abandonado e roubaram peças de cobre, danificando os tanques em que o óleo era armazenado. O tenente que acompanha a operação, Fernando Ireno Vieira, estima que o vazamento teria começado há no mínimo três semanas antes do primeiro contato com os Bombeiros. Outra evidência que reafirma essa hipótese é que, no dia 19 de novembro, o vigia da subestação registrou em relatório o furto das tampas de cobre servem para fechar os transformadores.
Fonte: http://sinergia.org.br/2013/01/22/celesc-recebe-multa-por-vazamento-de-oleo-no-sul-da-ilha/
Foto: Daniel Conzi/Agência RBS