O presidente do Peru, Pedro Castillo, aceitou na noite desta quarta-feira (06/10) a renúncia do primeiro-ministro de seu governo, Guido Bellido. Com isso, o mandatário deve anunciar um novo gabinete ministerial no país.
“Hoje aceitamos a renúncia do presidente do Conselho de Ministros, Guido Bellido Ugarte, a quem agradeço pelos serviços prestados”, declarou o mandatário.
Castillo explicou que resolveu “tomar algumas decisões em favor da governabilidade”. Em seu discurso à nação, o presidente destacou a importância do “equilíbrio de poderes”, pois, para ele, isso significa “a ponte entre o Estado de direito e a democracia”, tendo como missão salvaguardar “a tranquilidade e a coesão no governo”.
“Assim, tanto a questão da confiança, a interpelação e a censura não devem ser utilizadas para criar instabilidade política, o Peru espera muito de suas autoridades, é hora de colocar o Peru acima de toda ideologia e posição partidária isolada”, disse.
Ainda em sua fala, Castillo explicou que sua prioridade continua sendo enfrentar os “grandes problemas” do Peru, que em sua opinião são a saúde, a fome e a pobreza. Assim como, defendeu a propriedade privada, depois que Bellido promoveu nos últimos dias a renegociação da distribuição dos lucros do campo de gás natural de Camisea, na região de Cusco, o maior do país, alegando uma possível nacionalização se nenhum acordo fosse alcançado.
Segundo a agência de notícias argentina Télam, não está claro se a saída de Bellido levará a uma mudança majoritária ou minoritária no gabinete.
O agora ex-primeiro-ministro Bellido vinha sendo criticado pela oposição – e por alguns aliados do governo – desde o momento de sua nomeação, há pouco mais de dois meses. Ele foi acusado de misoginia e homofobia por declarações anteriores em redes sociais e por suas divergências com outros membros do Executivo.
Na carta de demissão publicada pela imprensa peruana, Bellido afirma que, “tendo cumprido todas as funções correspondentes à instituição”, estaria oferecendo sua “demissão irrevogável do cargo de Presidente do Conselho de Ministros”.
No entanto, os meios de comunicação do Peru revelaram que a carta do então primeiro-ministro Bellido destaca que ele apresenta sua renúncia a pedido do próprio presidente Castillo.
Desde a posse do presidente Castillo, a oposição acusou diversos membros de seu gabinete de terem laços com o Sendero Luminoso. Outro alvo dessa campanha também tem sido o ministro do Trabalho, Íber Maraví, a quem Bellido pediu a renúncia, embora o presidente o tenha mantido no cargo até o momento.
(*) Com RT en Español e Télam.
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