Por Celso Martins.
A estação de tratamento (ETE) de Canasvieiras está sendo ampliada para tratar os esgotos de quase todo o Norte da Ilha. Os efluentes irão para os rios Paraquara/Ratones e do Brás. As informações foram dadas por técnicos da Casan ao Conselho Municipal de Saneamento em sua reunião extraordinária desta segunda-feira (21.5).
Efluentes
Segundo o superintendente regional da Casan na Grande Florianópolis, Carlos Alberto Coutinho, as obras em andamento na ETE Canasvieiras vão possibilitar o tratamento de 156 litros por segundo de esgotos, contra os atuais 70 l/s. Com isso, será possível receber e tratar os dejetos vindos da Cachoeira do Bom Jesus, Ingleses (1.500 ligações), Jurerê antigo e Praia Brava/Lagoinha.
Já foram iniciados o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para as obras do emissário submarino e ser instalado em Ingleses, segundo a Casan. Esta será a solução definitiva, com tratamentos primário e secundário dos esgotos, segundo Coutinho.
A decisão de ampliação da ETE Canasvieiras não agradou aos empresários presentes à reunião. Eles desconfiam da competência operacional da Casan e lembram os problemas ocorridos com a balneabilidade na última temporada. Isso ficou claro nas intervenções do hoteleiro Marne Schroeder, ex-representante distrital de Canasvieiras na elaboração do Plano Diretor Participativo, e de integrantes do SOS Canasvieiras e da Sociedade Amigos de Canasvieiras.
O diretor geral da seccional da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF Canasvieiras), Milton Weber Filho, foi claro na condenação ao projeto da Casan de ampliação da ETE local. “Não podemos aceitar que esgoto continue a ser lançado no rio”, disse. Lembrou que o balneário foi “interditado” por duas ocasiões na ultima temporada, provocando a fuga dos turistas e prejuízos econômicos.
Santo Antônio
O esgoto do distrito de Santo Antônio de Lisboa (Sambaqui, Cacupé, Barra do Sambaqui e Santo Antônio) vai ser levado provisoriamente até a estação de tratamento de esgotos (ETE) do bairro Saco Grande para ser tratado, informa o engenheiro da Casan Carlos Bavaresco.
Segundo ele, a ETE Saco Grande foi projetada para tratar 24 l/s, “mas em alguns momentos fica parada”. A idéia é construir um tanque para receber o esgoto extra, onde permanecerá aguardando para ser tratado. A solução, assinala, é momentânea, até que seja instalado o emissário submarino no Campeche.
Não existe prazo para isso acontecer e a ampliação precisa de licenciamento ambiental (a área fica junto ao manguezal do Saco Grande e integra a Estação Ecológica de Carijós). Num segundo momento os esgotos do distrito vão ser levados através de emissário terrestre até o Campeche (custo de R$ 28,7 milhões).
O emissário submarino previsto para o Campeche vai custar R$ 97 milhões e já está em fase de elaboração do EIA-RIMA. Além dos dejetos locais e de Santo Antônio de Lisboa, o Campeche deve receber os esgotos do Pântano do Sul e Armação, além do Ribeirão da Ilha, cujo emissário vai custar R$ 7,8 milhões.
O encontro realizado no auditório da própria Casan foi coordenado pelo secretário municipal de Habitação e Saneamento, Salomão Mattos Sobrinho, que presidente o Conselho Municipal de Saneamento. A Casan assinou 17 contratos com a Caixa Econômica Federal (PAC/Ministério das Cidades) no valor de R$ 404,7 milhões, dos quais R$ 196 milhões serão aplicados em Florianópolis.
Fonte: Daquinarede