Por Robson Fernando de Souza.
Foi revelado que as roupas vendidas como “pele falsa” na empresa Century 21 na verdade contêm pele animal de verdade.
Uma investigação de cinco meses conduzida pela Humane Society dos EUA descobriu que diversas vestimentas que continham “pele falsa” eram na verdade feitas com escalpo de cães-guaxinins chineses – uma espécie parente do cão doméstico -, os quais são geralmente esfolados vivos para a produção de casacos leves.
Entre os itens enganosamente rotulados, estavam três casacos Marc by Marc Jacobs, que haviam sido comprados pelo site da rede de lojas, segundo revelou o DNAinfo.
As etiquetas nas três jaquetas revelaram que eles haviam sido costurados com “pele real de guaxinim” da China, e testes em laboratório descobriram depois que era realmente de cão-guaxinim.
Outras vestimentas abusivas, compradas das lojas Downtown e Upper West Side, incluíam uma jaqueta com capuz para bebês da Trust Fund Baby, um casaco com capuz da JNBY e uma estola da Save The Queen, todos contendo pele de coelho (ou possivelmente de lebre).
Uma revelação completa das descobertas da Humane Society foi publicada no seu site.
Os resultados da investigação foram apoiados por filmagens de câmera escondida da nova filial de Upper West Side da Century 21, gravadas por Linda Rosenthal, membro da Assembleia do Estado de Nova York, que liderou a investigação com a Humane Society.
A equipe perguntou a vários vendedores de lojas se eles sabiam se um item continha pele verdadeira ou falsa. Em vários casos, os vendedores checavam as etiquetas das roupas para confirmar que o item era feito com pele sintética.
Outros empregados das lojas simplesmente diziam que não sabiam.
Rosenthal disse depois: “Muitas pessoas querem evitar vestir peles de uma vez por todas. E para elas, saber se a roupa que vão comprar é feita com pele real ou falsa é tão importante como fator para se determinar se vai comprá-la quanto o preço.
De fato, foi ela quem introduziu uma lei etiquetando peles que o estado de Nova York aprovou em 2007. Fabricantes também são legalmente obrigados a discriminar o tipo de pele usado e o país de origem.
Ela disse que a equipe de investigação descobriu outros itens que também violavam as leis de etiquetagem na Century 21, como um suéter infantil sem etiqueta feito com pele de coelho.
Qualquer pessoa que não queira comprar pele animal ficaria com muita raiva ao descobrir que um produto que estão tentando evitar está sendo erradamente representado como um produto que eles podem querer comprar, contou Pierre Grzybowski, da campanha Fur Free (por itens livres de peles) da Humane Society, ao New York Daily News.
A Century 21 publicou uma declaração na sua página do Facebook, defendendo-se das acusações:
“A Century 21 não cria etiquetas para suas roupas, mas sim os fabricantes. É responsabilidade do fabricante prover uma descrição apurada dos materiais usados na vestimenta e ser transparente com o consumidor antes que ele vá comprar. Nós respeitamos a diligênica da Humane Society dos Estados Unidos para respeitar as leis estaduais e federais em consideração à etiquetagem das roupas.”
Muitos fregueses ficaram indignatos ao ouvir que algumas das peças de “pele falsa” eram de fato feitas de pele de cães-guaxinins.
“Eu acho isso horrível, não acredito que esteja vestindo peles verdadeiras”, disse Kayla East, 23, ao Daily News, depois de ter feito compras numa loja da Century 21. “Eu realmente ficaria chateada se eu comprasse alguma coisa que dissesse ser ‘fake’, mas fosse real.”
Foto: Splash