Carta de Mãe Beata de Yemonja a Marina Silva

Mãe Beata de Yemonja
Mãe Beata de Yemonja

Prezada Marina Silva, pretensa candidata à presidência da Republica Brasileira:

Num país, com vários grupos raciais e étnicos, eu acho que a Senhora deveria informa-se melhor ou procurar ser mais humilde e segura das suas ações. Como uma boa política, que diz que é, uma grande potencia política, sugiro que seja mais humilde e procure outra maneira de profetizar a sua fé e não atacar os seus irmão e aqueles  que pretende dirigir, se eleita for.

Quando a Senhora diz que as religiões afro não são religião e sim seita. Eu como uma iyalorixa do Candomblé, uma mulher negra muito feliz;  pois eu tenho dignidade o amor e humildade, digo que não.

Quando dizem que o Candomblé é seita por que cultua satanás. Nós não cultuamos satanás. Cultuamos Olorum, Obatalá, Ododuá e Exú, que é o grande dinamizador. Cultuamos os inquices e os vodunces que são deuses como Dafé e Jeová. Cultuamos deuses de energia da natureza que é a coisa mais suprema que pode existir. Por que somos natureza, filhos da natureza. Ao qual a Senhora terá um grande compromisso de preservar essa natureza que pede socorro, pelo descaso de pessoas inconsequentes.

Sobre o amor, me pergunto se a Senhora saber o que é o amor. Quando a senhora fala do casamento entre casais do mesmo sexo (casamento iguais), esquece dos nossos filhos gays e lésbicas que merecem respeito. A senhora ama os seus filhos? E os filhos não pediram para nascer.

Eu me julgo uma mãe do mundo por que sou de Iemanjá, Orixá que dos seus seios brota a água suprema, que é o leite que amamenta aqueles que a sociedade repudia a exemplo dos gays e das lésbicas… Eu sei chorar com olhos do meu irmão e abraçar esses.

Eu sou uma cidadã de fato. Sou mulher negra, do Candomblé, não tenho a pretensão de ser politica. Faço politica sim. Nesse momento estou fazendo politica com a senhora.
Reveja as minhas palavras como politica e cidadã.

Eu sou Beatriz Moreira Costa, Mãe Beata, mulher negra como a Senhora. Hoje tenho 83 anos e nasci no Recôncavo baiano, às margens do rio Cachoeira do Paraguaçu.

Obrigada.

Fonte: Geledés

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