Carta de familiares de presos do sistema carcerário de Florianópolis para o sistema de Justiça, MP, OAB SC e DEAP SC

    Foto: Felipe Vallin/Pexels

    Circula no Facebook a seguinte carta:

    “Venho por meio desta forma mensagem, ligação ou e-mail como; mãe, companheira, filha e qualquer grau de parentesco, pedir encarecidamente que olhem para a minha e para todas as famílias desesperadas por falta de comunicação.
    Estamos passando por um momento turbulento em nosso país, em meio á manifestação de um vírus Covid -19, que afeta a todos.
    Entendemos perfeitamente as medidas tomadas por precaução, como o cancelamento das visitas, mais pedimos que em conjunto possamos encontrar uma medida para que tenhamos notícias (notícias verídicas, sem omissão, como as que estavam sendo passadas) famílias aqui fora sofrem sem saber o que fazer, sem notícias e sem saber como ajudá-los nesse momento.

    Somos todos humanos e deveríamos olhar uns para os outros.
    Estamos falando de mães, senhoras de idade, a maioria com problemas de saúde, esposas desenvolvendo severas crises de ansiedade, crianças em estado febril.
    Pedimos encarecidamente que:
    Reavaliem a questão da visita virtual, porque 10 minutos a cada 30 dias em meio a esta pandemia não transmite calma a ninguém.
    Reavaliem a entrada de Higiene para os reeducandos, conforme recomenda a OMS a única forma de prevenção para o Covid-19 é a boa higiene e o distanciamento social. Ambos ausentes no sistema carcerário catarinense.
    Fazemos também um apelo de emergência sobre entrada de cobertas e de roupas de inverno pois o frio está aí, e o sistema não tem capacidade pra atender a todos, e em todas as ligações virtual os reeducando pediram roupas de inverno e cobertas pois a maioria está com bermudas e camiseta e apenas uma manta, no momento passando frio.
    Sabão neutro transparente, detergente e itens de Higiene pessoal (desinfetados no momento da entrega) não farão mal algum ao sistema prisional.
    Reavaliem a entrega dos itens de alimentação, para complementar a alimentação fornecida, para que não passem fome. Obviamente a família irá higienizar todos estes alimentos, visto que também não desejamos a entrada do vírus no sistema prisional.
    E desde que organizado pela administração prisional, horários para a entrega destes alimentos, não haverá aglomeração.
    Reavaliem a entrada de agentes prisionais e funcionários dos estabelecimentos prisionais, sem máscaras e os cuidados adequados, conforme vem ocorrendo. Visto que também prezamos pela saúde deles.
    Reavaliem os pedidos negados pela vara de Execução penal da comarca da capital, rejeitando recomendação do CNJ, mantendo presos do regime semiaberto, saídas temporárias, crimes comuns, e presos que já atingiram data do livramento condicional segregados, alegando não haver casos ou suspeitos dentro do sistema carcerário catarinense, o que não é verdade. Frisamos que todas as outras comarcas do estado liberaram as saídas temporárias, exceto esta, que aparentemente espera o pior para depois fazer.
    Pedimos pacificamente que tomem as devidas providências, que sejam humanos, e que lembrem-se que não só os reeducandos estão adoecendo, SUAS FAMÍLIAS TAMBÉM.”

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