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Por Raul Fitipaldi.
Meu companheiro, sabe, andei meio bravo com você nos últimos tempos: algumas deportações que não entendi, alguns amigos seus colombianos que não me agradam. Enfim, todos temos o direito sagrado ao dissenso. Falar-nos cara a cara faz parte do mundo livre que queremos você e eu.
Nestes dias você anda complicado de saúde, cuidou do seu espírito revolucionário e não do seu corpo. Por isso os criminosos refestelam-se, se lambem as feridas de tanta derrota que você e seu povo têm lhes impingido. Muitos companheiros fazem um histórico da sua obra, que não entra em livros enormes; que dizer em pequenos artigos? Os jornais da direita aplaudem seu mal-estar, os da rebeldia estamos meio apequenados, assim, com algo de tristeza e medo. Mas, medo por que?
Olhe sua América Nossa, a de Bolívar, San Martín, Artigas, Sandino, Juana Azurduy, Alfaro, Manuel Rodríguez, Morazán e El Che. Olhe a América de Fidel e Chávez cumpa, olhe bem! Tá levantada, tá enérgica, tá lúcida, tá em movimento, tá abraçando a todos os povos pobres do mundo em estado de libertação! Descem de novo dos morros caraquenhos para resgatar seu comandante os fazedores da Revolução Bolivariana – que nunca saberei que seja muito claramente, mas isso porque sou algo ortodoxo, tal vez. Essa revolução que somou-se à cubana e faz comer, ver, ler, trabalhar e sonhar com esperanças em outro mundo possível, não só para a América Nossa como para todo o mundo. Você sempre esteve e estará à frente da nossa marcha, com o teimoso Fidel, com as massas anônimas do Che.
Você não precisa voltar à condução, porque você não saiu nunca da condução. E nunca sairá da condução, porque o mando que entregamos os povos para você exercer tem 520 anos de lutas, conquistas, vidas e esperanças. Os filhos da Abya Yala, as crias pobres da Europa, os afrolivres do mundo, os heróicos trabalhadores pelos que lutou Ho Chi Minh, todos estamos seguindo sua palavra histórica, sua luta titânica, seu amor imenso pelo Povo.
Meu companheiro, não queria hoje falar de política com você, para isso estão meus bons amigos e colegas venezuelanos que nos mantém informados o dia todo sobre a Pátria de Bolívar. Queria lhe expressar que numa perdida ilha do Atlântico, ao Sul do Brasil, Desterro (Florianópolis, seu nome ingrato), onde publicamos páginas e páginas sobre as lutas das gentes pobres, de todo mundo, onde estamos virtualmente embarcados numa Frota a Gaza, onde abraçamos a cada amanhecer as resistências dos povos, a de Honduras em especial, acumulamos horas e horas de aprendizado com seu Alô Presidente, com seu ALCARAJO!, com sua saga humana ímpar que nos ensina para onde ir, e como ir.
Hoje, os jornalistas alternativos, os veículos da comunicação livre do povo, estamos com os olhos em você, com as mãos estendidas a Havana, para lhe dizer: – Passe cumpa, aqui, na casa dos pobres em luta, você não precisa pedir licença, e vá dizendo algo, que sua voz é um hino à liberdade!
Carta al compañero Chávez
Mi compañero, sabes, estuve un poco enojado contigo en los últimos tiempos: algunas deportaciones que no entendí, algunos amigos tuyos colombianos que no me agradan. En fin, todos tenemos el derecho sagrado al disenso. Hablarnos cara a cara forma parte del mundo libre que queremos tú y yo.
Estos días andas complicado de salud, cuidaste tu espíritu revolucionario y no tu cuerpo. Por eso los criminales se refriegan las manos, se lamen las heridas de tanta derrota que les han asestado tú y tu pueblo. Muchos compañeros hacen un historial de tu obra, que no entra en libros enormes; ¿qué dirá de pequeños artículos? Los diarios de derecha aplauden tu malestar, los de la rebeldía estamos medio achicados, con algo de tristeza y miedo. Pero ¿por qué miedo?
Mira tu Nuestra América, la de Bolívar, San Martín, Artigas, Sandino, Juana Azurduy, Alfaro, Manuel Rodríguez, Morazán y el Che. Mira la América de Fidel y Chávez cumpa, ¡mira bien! ¡Está levantada, está enérgica, está lúcida, está en movimiento, está abrazando a todos los pueblos pobres del mundo en estado de liberación! Bajan de nuevo de los cerros caraqueños para rescatar a su comandante los hacedores de la Revolución Bolivariana – que nunca sabré que es exactamente, tal vez porque sea un poco ortodoxo, tal vez. Esa revolución que se sumó a la cubana y hace comer, ver, leer, trabajar y soñar con esperanzas en otro mundo posible, no sólo para Nuestra América sino para todo el mundo. Siempre estuviste y estarás al frente de nuestra marcha, con el obstinado Fidel, con las masas anónimas del Che.
No hace falta que vuelvas a la conducción, porque nunca saliste de la conducción. Y nunca saldrás, porque el mando que entregamos los pueblos para que lo ejercieras tiene 520 años de luchas, conquistas, vidas y esperanzas. Los hijos de Abya Yala, las crías pobres da Europa, los afrolibres del mundo, los heroicos trabajadores por los que luchó Ho Chi Minh, todos estamos siguiendo tu palabra histórica, tu lucha titánica, tu amor inmenso por el Pueblo.
Mi compañero, no quería hoy hablar de política contigo, para eso están mis buenos amigos y colegas venezolanos que nos mantienen informados todo el día sobre la Patria de Bolívar. Quería expresarte que en una perdida isla del Atlántico, al sur de Brasil, Desterro (Florianópolis, su nombre ingrato), donde publicamos páginas y páginas sobre las luchas de las gentes pobres, de todo el mundo, donde estamos virtualmente embarcados en una Flotilla a Gaza, donde abrazamos cada amanecer las resistencias de los pueblos, la de Honduras en especial, acumulamos horas y horas de aprendizaje con tu Aló Presidente, con tu ¡ALCARAJO!, con tu saga humana impar que nos enseña para dónde ir, y cómo ir.
Hoy, los periodistas alternativos, los vehículos de la comunicación libre del pueblo, estamos con los ojos puestos en ti, con las manos extendidas a La Habana, decirte: “¡Pasa, cumpa, aquí, en la casa de los pobres en lucha, no necesitas pedir permiso y di algo, que tu voz es un himno a la libertad!
Traducción: Tali Feld Gleiser.
Imagen: montaje de Tali Feld Gleiser.