Carta Aberta dos CAs do CCE da UFSC sobre a renúncia da Direção

    cceFlorianópolis, 22 de maio de 2013.

    A crise política do Centro de Comunicação e Expressão chegou ao seu limite. Nosso ilegítimo diretor, que sempre foi avesso ao diálogo, mostrou-se ainda mais autoritário nos últimos meses. Diante da necessidade de uma gestão democrática e transparente, capaz de atender às demandas de estudantes, servidores e professores, a União CCE exige sua renúncia imediata.

    O Curso de Cinema corre o risco de ser fechado. O que fez o administrador? Nada. Faltam salas de aula, professores, laboratórios e locais de convivência. O que faz o administrador? Deixa o espaço mal gerido e mal distribuído. Um transformador elétrico avariado causou um princípio de incêndio. O que fez o administrador? Meses se passaram e o transformador não foi substituído. Não existe transparência. O site do CCE tem oito atualizações: duas se referem a punições aos estudantes devido à realização de festas; nenhuma referente à prestação de contas; nenhuma referente a atas de reuniões. Os problemas não param. Faltam materiais básicos, como papel higiênico e sabão. A manutenção é precária. Os bebedouros passam meses quebrados e os equipamentos de datashow permanecem queimados.

    A relação entre os administradores atuais e todo o CCE é, no mínimo, problemática – eles foram eleitos em chapa única com votos de apenas 3% dos eleitores aptos. O ilegítimo diretor do CCE (Centro de Comunicação e Expressão) se comunica somente via memorandos circulares; o diálogo é feito sempre em via única: como em um monólogo, ele pretende que sua voz seja ouvida por todos e não quer ouvir ninguém. Reuniões com Centros Acadêmicos são negadas, atas não são postadas, servidores são ameaçados com realocações arbitrárias, convocatórias para o Conselho de Unidade não são enviadas para os representantes discentes.

    Durante todo o semestre de 2013.1, a União CCE – reunião dos cinco Centros Acadêmicos do CCE (Artes Cênicas, Cinema, Design, Jornalismo e Letras) – realizou uma série de atividades planejadas desde o ano passado: a recepção integrada do CCE e o Mês da Concha. Entre os objetivos, retomar espaços de integração, questionar como a arte vem sendo tratada na UFSC e no CCE e promover atividades culturais. Dado o histórico de falta de diálogo por parte da administração, havia um receio dos CA’s de que houvesse uma reação negativa. No entanto, não havia como prever que ela seria tão despropositada, desmedida e antiética – e, em alguns momentos, até ilegal.

    O gestor ordenou que as luzes externas do CCE fossem desligadas após as 20h, expondo todos a graves riscos de segurança. Quando a reitoria tomou consciência de tamanho absurdo, mandou reacender a iluminação, mas os fios apareceram cortados. Baseando-se em um comunicado escrito por ele mesmo e revoltado com a realização de uma festa – autorizada, legal, fora do CCE e que transcorreu sem incidentes – o administrador resolveu cortar o auxílio financeiro a todos os estudantes do Centro por seis meses. Punição desmedida e irregular: mesmo que a festa fosse ilegal e realizada no CCE, as sanções deveriam ser dadas de acordo com a Resolução de Festas, que não prevê medidas como aquela.

    O professor diz apoiar todas as atividades culturais desenvolvidas pela União CCE, mas arrancou pedaços de um mural aberto colaborativo na parede do Varandão. Na mesma semana, o restante do mural foi arrancado – assim como as faixas de chapas candidatas ao DCE, que foram rasgadas e queimadas. Um atentado às liberdades artística e de expressão, fato grave em qualquer local, mas, em especial, num Centro de Comunicação e Expressão. As práticas reprováveis durante tanto tempo tornaram-se insustentáveis neste semestre e motivaram a publicação deste texto.

    O ilegítimo diretor do nosso centro é um administrador incompetente, eleito por uma parcela ínfima do CCE. Está à frente de um centro de Comunicação, mas recusa-se a dialogar. Está à frente de um centro de Expressão, mas sabota manifestações dos estudantes quando se sente contrariado. Está na Unidade de Ensino onde estão os cursos relacionados às artes, mas ignora as particularidades inerentes a eles. Não há dúvidas de que precisamos de um diretor disposto a solucionar nossos problemas.

    Os Centros Acadêmicos do CCE exigem sua renúncia imediata, bem como a de seu vice. O não cumprimento de tal pedido acarretará em uma massiva campanha que culminará, inevitavelmente, na sua saída do cargo. Todos os que se importam com arte, cultura, diálogo, transparência, democracia e defendem uma Universidade pública e de qualidade já estão convocados para a possível campanha.

    Basta de incompetência, basta de absurdos, basta de intransigência. Basta de Felício.

     

    Centro Acadêmico de Artes Cênicas – CaCênicas

    Centro Acadêmica de Cinema – CaCine

    Centro Acadêmico de Design – CADe

    Centro Acadêmico de Livre de Letras – CALL

     Centro Acadêmico Livre de Jornalismo Adelmo Genro Filho – CALJ

    Fonte: Facebook – https://www.facebook.com/photo.php?fbid=384236768363520&set=a.365051743615356.1073741829.364360190351178&type=1&theater>

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