Por Abir Kopty.
Carros palestinos borrifados com substâncias desconhecidas
Ultimamente vou a Jenin a cada 2-3 semanas com membros da minha família. Normalmente fazemos a compra de vegetais no mercado da cidade.
No sábado passado, voltando de Jenin para Nazaré, fomos surpreendidos com uma nova tecnologia para verificar os carros “suspeitos” no posto de controle israelense.
De forma geral, a verificação no posto de controle é assim: Tem umas seis filas de carros, em cada uma tem 1-2 “seguranças” que pedem a carteira de identidade e decidem se o carro, incluindo os passageiros, são ou não uma ameaça importante para a segurança e a existência de Israel. Se não for, o oficial entrega um tíquete branco, que significa que o carro passou pelo teste de “segurança”. Se for uma ameaça, o carro recebe um tíquete verde. Depois, o carro tem que ir para a fila mais à direita para passar por uma checagem especial. Pedem para você abrir todas as portas, tirar todos seus pertences e ser revistado enquanto o carro é revisado em separado.
Não dá para entender a lógica e as considerações de nenhum oficial dos postos de controle. Às vezes nosso carro recebe o tíquete verde, outras o branco.
No sábado passado ganhamos o verde e fomos para a checagem de carros. Fomos surpreendidos com esta maquininha estranha que parece um aparelho de hospital.
Nos pediram para subir as janelas e deixar as da frente aberta 1 cm, sair do carro e passar pela revista individual. Meu irmão e eu começamos a fazer perguntas sobre este aparelho, o que faz, etc. Se recusaram a responder.
De acordo com o jornal Haaretz, este aparelho também é usado no posto de controle de Belém e suponho que em muitos dos postos privatizados, onde o Estado decide terceirizar a administração do posto de controle a empresas de “segurança” com o objetivo de “civilizar” os postos, outra tentativa fracassada de camuflar a ocupação.
Haaretz descreve o procedimento assim: dois canos são conectados ao veículo – um conectado a uma bomba, o outro, que passa por um pequeno filtro, ao carro. Um policial com um cronômetro liga a bomba.
Se você examinar as fotos com atenção pode ver claramente uma caixinha conectada com os canos de material desconhecido, que de acordo com o informado para Haaretz, acredita-se que sejam “químicos que causam enjoo”.
Quando voltamos para o carro, nos sentimos um pouco enjoados e tinha um cheiro esquisito no carro. Não tínhamos certeza se isso era fruto da nossa “louca imaginação” ou tinham pulverizado algum produto
Sugiro às organizações de direitos humanos que tomem a iniciativa e obtenham amostras do material que está sendo usado e o analisem. Tenho quase certeza; vai incluir substâncias proibidas, testadas primeiro nos palestinos para depois serem vendidas para o mundo como uma nova tecnologia da indústria militar israelense de sucesso.
Versão em português: Tali Feld Gleiser.