Por Raul Fitipaldi, para Desacato.info.
Falta nada para o Carnaval mexer com toda a Pátria Grande. A folia vai percorrer ruas, avenidas, tabuados e teatros de centenas de cidades em nossa região. E nós aqui continuamos visitando os carnavais do povos da Nossa América. No registro da semana passada visitamos os carnavais do Uruguai, com suas murgas e agremiações lubolas, e o histórico Carnaval de Oruro, na Bolívia.
Hoje vamos conhecer os vários carnavais da Argentina. Para isso vamos assistir do sítio web https://mensajero.com.ar/ que traz uma bela descrição desses carnavais com o título: “Cinco carnavais imperdíveis na Argentina”. Vamos traduzir e pronto, aqui estão as animadíssimas carnestolendas de los hermanos:
São cerca de dez noites de pura diversão, com mais de mil membros, dezenas de carros alegóricos e até 70.000 penas. Há 25 anos o corsódromo “Parque da Estação” é palco do Carnaval do País, um dos eventos mais emblemáticos e visitados da região. Com seus desfiles e coreografias inigualáveis, a capacidade do evento chega a 40 mil pessoas.
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Além disso, existem outras cidades próximas que também celebram o carnaval: La Paz, Concordia, Gualeguay, Concepción del Uruguay, Hasenkamp, ??Victoria e Santa Elena.
Carnaval da Quebrada de Humahuaca em Jujuy
Em seus primórdios, esta celebração tomou algumas características de suas raízes espanholas, que posteriormente fundiu com seus princípios nativos mais fortes, como aqueles que honram e celebram a fertilidade da Pacha Mama (Mãe Terra).
Tudo começa com a “desenterro do diabo”, marco que ocorre ano após ano e é representado pela retirada de uma boneca de pano que foi enterrada no final do último carnaval. É um símbolo da libertação dos desejos reprimidos que são liberados sem pudor durante a celebração.
Seguindo as tradições locais, a música é tocada com instrumentos nativos como erkenchos, anatas, charangos e bumbos. Multidões se fantasiam, distribuem raminhos de manjericão e voam serpentinas entre os convidados. É uma celebração que Jujuy pinta em todas as tonalidades do arco-íris. Além disso, a poucos quilômetros dali, em Salta, é celebrado o carnaval mais alto do mundo, a 4.200 m acima do nível do mar.
Festa em Corrientes, a Capital Nacional do Carnaval
Na cidade litorânea ocorre outro dos carnavais mais desenvolvidos e de maior magnitude do país. Não é à toa que a cidade se tornou a Capital Nacional do Carnaval na Argentina. Tem um corsódromo (semelhante a um sambódromo brasileiro) com capacidade para 35.000 pessoas onde a música desempenha um papel fundamental que combina na perfeição com a explosão de cores, bordados, desenhos e purpurina que inundam as ruas.
A dinâmica inclui a apresentação de várias comparsas que disputam entre si o título de melhores do ano. E a premissa de trazer o espírito e a energia carnavalesca para cada um de seus cantos é cumprida com louvor.
La Chaya em La Rioja
As suas origens remetem para as festas das vilas do Norte. Portanto, a ideia de três dias de libertação é repetida. As pessoas rompem as amarras cotidianas e todos e todas dançam, bebem e se divertem. Da mesma forma, o espírito, a magia, as cores e a alegria das murgas se misturam entre os aromas dos ramos de manjericão e os sabores nacionais do vinho, das empadas e do pão.
Carnavais em Buenos Aires
A fórmula do sucesso na capital nacional é uma mistura de murgas, comparsas e muita cor. Buenos Aires também tem seus desfiles e, embora existam vários bairros que convidam seus vizinhos a dançar entre a espuma e a serpentina, San Telmo, Boedo e La Boca são os locais mais reconhecidos.”
Lindo demais! Os carnavais da Pátria Grande são o grande momento de reunião do povo, independente de religiões, partidos políticos, times de futebol e origens. Promovem encontros de artistas, produtores culturais, trabalhadores do vestiário e outros ramos que abrem fontes de emprego durante o ano todo e que mobilizam o turismo, propõem o intercâmbio cultural e as mais generosas formas de expressão da nossa história e nossa cultura.
Os carnavais são a foto primorosa dos nossos povos felizes, apesar das mazelas que teimam em nos sufocar. Por isso, seja no país da Nossa América que for, dançamos, abraçamos e mostramos nossa fraternidade, nossa jovem vitalidade e nosso amor infinito pela Paz e pela Vida.
Edição e Publicação: Tali Feld Gleiser
Raul Fitipaldi é jornalista e cofundador do Portal Desacato e da Cooperativa Comunicacional Sul.
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