Na quarta-feira, 18, as 60 mulheres nicaraguenses, salvadorenhas, guatemaltecas e hondurenhas que integram a Caravana das Madres Centro-Americanas em busca de migrantes desaparecidos iniciam o retorno aos seus países, depois de percorrerem 3,9 mil quilômetros, a maior parte do trajeto em território mexicano.
A reportagem foi publicada no sítio Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação – ALC, 16-12-2013.
A caravana ecumênica tem o incentivo de Igrejas pela Paz e viajou sob o mote tirado do evangelho de Mateus, “era estrangeiro e me acolheste”. As mães centro-americanas guardam a esperança de encontrar filhos e netos queperseguiram o sonho americano de uma nova chance nos Estados Unidos e dos quais nunca mais tiveram notícias.
As madres iniciaram o périplo no México no dia 2 de dezembro e enfrentaram a “rota do Pacífico”, também conhecida por “rota do Diabo”, evitada pelo fluxo migratório atual por causa da violência instalada no noroeste mexicano.
Elas passaram por Tabasco, Chiapas, Veracruz, Hidalgo, Querétaro, San Luis Potosí, Aguascalientes, Jalisco, Guanajuato, Estado de México, Tlaxcala, Puebla, Oaxaca até alcançarem o Distrito Federal. Ao cruzar por San Luis Potosi, na quinta-feira, 5, María de los Santos Ávila, de Tegucigalpa, encontrou o seu filho, José Armando, que não via há 27 anos.
As mães centro-americanas pedem que em seus países de origem sejam ofertadas condições econômicas e sociais aos jovens, para que não precisem abandonar suas famílias em busca de melhores oportunidade,e que seja denunciada a cumplicidade entre autoridades migratórias e o crime organizado, e que os governos assumam a responsabilidade quando do desaparecimento de migrantes.
A caravana fez 22 paradas no percurso por 15 Estados mexicanos e tiveram o apoio logístico das Igrejas pela Paz, de diferentes confissões.